3 anos de Ilumina Pantanal: como a energia elétrica transformou a rotina de ribeirinhos e indígenas


“Foi uma coisa tão, tão grande na nossa vida. Uma mudança maravilhosa! Nós tínhamos uma usina bem pequena, e tudo era limitado. Hoje, temos mais flexibilidade de uso da energia”.
A declaração acima é da artesã Leonida Aires de Souza, 57 anos, conhecida como Eliane, que integra a Associação das Mulheres Artesãs da Barra do São Lourenço, uma comunidade ribeirinha localizada em Corumbá (MS), às margens do Rio Paraguai, e tem relação com o efeito da energia elétrica na vida dela e de outros ribeirinhos.
A artesã Eliane que vive às margens do Rio Paraguai
Arquivo pessoal
Ela faz parte das famílias beneficiadas pelo projeto Ilumina Pantanal, criado para universalizar o acesso à eletricidade em áreas pantaneiras remotas de Mato Grosso do Sul. Em três anos, o projeto já instalou 2,9 mil sistemas que levam energia elétrica por meio de uma fonte renovável, o sol. Ou seja, não colocam em risco o meio ambiente.
Para quem está habituado a ter acesso à energia elétrica com um “clique” no interruptor de energia, pode ser difícil imaginar uma vida sem a água gelada, o conforto de um ventilador na hora de dormir ou ainda seguindo o “toque de recolher” ordenado pelo pôr-do-sol. Até 2021, esta era a realidade de muitos ribeirinhos e indígenas do estado. Com a consolidação do projeto, a rotina agora é outra.
Com sistema individual de geração e armazenamento de energia Ilumina Pantanal atende famílias de ribeirinhos, produtores e trabalhadores rurais do Pantanal
Anderson Viegas/G1 MS
Na Aldeia Eldorado, também em Corumbá, o cacique Osvaldo Correa da Costa, da etnia Guató, comenta que a transformação na vida das 47 famílias que compõem a comunidade foi completa.
Antes do projeto, as famílias dependiam de pequenos geradores que mal atendiam às necessidades básicas como beber água gelada. “Esse projeto nos deu a graça de poder trabalhar à noite, de madrugada. Isso pra gente não tem preço”, acrescenta.

“Mudou muita coisa na comunidade, principalmente para as crianças, que agora podem estudar à noite”, diz ele.
A aldeia agora conta com 52 sistemas fotovoltaicos, distribuídos em diferentes pontos, incluindo a Escola Estadual Indígena João Quirino de Carvalho-Toghopanãa e um posto de saúde. “Antes, ficava centralizado no centro da comunidade e era caro manter um gerador. Agora, todas as famílias têm acesso à energia, o que melhorou muito a qualidade de vida”, comenta Osvaldo.
O cacique cita também a possibilidade que eles agora têm de armazenar produtos perecíveis, incluindo a merenda servida na escola indígena. “Já muda totalmente a realidade. É a qualidade de vida.”
Ilumina Pantanal permite que programação da TV chegue às comunidades mais isoladas do bioma
Divulgação
Projeto premiado
O Ilumina Pantanal, encabeçado pela Energisa em parceria com a Aneel, Ministério de Minas e Energia (MME) e Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, foi premiado internacionalmente e serve como modelo para outros projetos, como o ‘Mais Luz para a Amazônia’.

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