Família alega negligência no atendimento, após criança ser liberada duas vezes e vai acionar a Justiça. Prefeitura lamentou mortes e disse que vai apurar eventuais falhas. Anthony Gabriel Dias morreu após ser liberado da UPA de São João da Boa Vista
Arquivo pessoal
São João da Boa Vista (SP) registrou a segunda morte de bebê atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no período de 3 dias . Anthony Gabriel Dias, de 2 meses e 7 dias, morreu de bronquiolite no sábado (3), após ser liberado duas vezes de consulta médica.
A mãe Maria Vitória Regina Dias, de 20 anos, acredita em negligência e vai acionar a justiça. A família vai registrar o boletim de ocorrência na terça (6) para que o caso seja investigado. O corpo do bebê foi enterrado no domingo (4).
No dia 30 de abril, Maitê Sossai Bueno, também de 2 meses, morreu após passar 4 vezes por atendimento na unidade. Ela teve pelo menos 6 paradas cardícas, segundo a família.
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Os dois bebês foram diagnosticados com bronquiolite, uma inflamação que dificulta a chegada do oxigênio aos pulmões, causada pelo vírus sincicial respiratório.
A prefeitura, que é responsável pela UPA, lamentou o fato e informou em nota que uma investigação será realizada sobre os atendimentos para verificar eventuais falhas. (Veja abaixo)
Morte após atendimentos em UPA
UPA de São João da Boa Vista
Fernanda Ribeiro/EPTV
Segundo Maria Vitória, inicialmente Antony foi diagnosticado com uma gripe simples, mas depois outro profissional constantou a bronquiolite.
“Estou a procura de um advogado, meu sentimentos nesse momento é de muita dor. Estou sem palavras pra explicar a dor que estou sentindo. Só sei que está faltando um pedaço em mim “, disse Maria Vitória .
Na terça-feira (29), Anthony apresentava febre alta e roquidão. Ele passou por atendimento por volta das 13h e a médica plantonista prescreveu o remédio cloridrato de ambroxol. De acordo com a mãe, nenhum exame foi solicitado.
“A médica receitou ambroxol e não pediu nem um exame pra vê o que de fato o Anthony tinha, ela disse que era apenas um gripe”, disse.
Porém, o bebê não melhorou e retornou para atendimento em torno das 18h45, sendo atendido 45 minutos depois. O médico plantonista aplicou uma injeção e recomendou o tratamento anterior, liberando a criança para casa pela segunda vez.
Na sexta-feira (2) de manhã, o bebê retornou para a terceira consulta já em estado grave. Desta vez, o médico de plantão diagnosticou a criança com bronquiolite, e o transferiu para a Santa Casa do município. “O médico fez tudo o que podia na hora, e logo transferiu”.
Na Santa Casa, Anthony teve duas paradas cardíacas e foi transferido às 16h40 para o Hospital das Clínicas da Universidade de Campinas (Unicamp). No HC, ele teve mais três paradas cardíacas e não resistiu.
Primeiro caso
No dia 30 de abril, a bebê Maitê Sossai Bueno , de 2 meses morreu, após passar 4 vezes pela Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de São João da Boa Vista (SP), teve pelo menos 6 paradas cardíacas, segundo a mãe Eshiley Campos.
A criança não resistiu quando era transferida para o Hospital das Clínicas da Unicamp, em Campinas. Eshiley pretende registrar boletim de ocorrência na Polícia Civil nesta segunda-feira (5) para que a morte seja investigada.
Maitê Sossai Bueno, de 2 meses, morreu após passar 4 vezes por UPA em São João da Boa Vista
Arquivo pessoal
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Confira a nota da Prefeitura
“A Prefeitura de São João da Boa Vista lamenta profundamente os recentes acontecimentos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e se solidariza com as famílias, especialmente pela perda de 2 crianças.
É importante informar que estamos numa época do ano em que doenças respiratórias, como a bronquiolite, são mais comuns. Isso aumenta o número de atendimentos e a gravidade dos casos na UPA.
Ao mesmo tempo, a Ingex, que administra a UPA há apenas dois meses, tem procurado junto com o Departamento de Saúde melhorar o atendimento deste equipamento com a contratação de mais profissionais.
Determinamos a abertura de uma investigação para entender tudo o que ocorreu nos atendimentos realizados na UPA e verificar eventuais falhas. As medidas necessárias serão tomadas com base no resultado dessa investigação, dentro dos princípios da legalidade.”
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