Moradores do Rio Branco relatam transtornos com fechamento de acessos à BR-116

Fotos: Divulgação/Moradores

 

 

A comunidade do Rio Branco, em Mafra, e a Arteris Planalto Sul, concessionária responsável pela BR-116, estão em verdadeiro um embate sobre a liberação de um acesso, junto à rodovia.

 

De um lado, a concessionária, que afirma que preza pela segurança viária e, com isso, acessos considerados irregulares e inseguros devem ser fechados.

 

Do outro, a comunidade, que tem o fechamento como transtorno e prejuízos, já que terá que andar pelo menos 6 quilômetros a mais para acessar a BR-116.

 

Na manhã desta sexta-feira (16), os moradores se reuniram e impediram que um acesso aberto recentemente fosse novamente fechado por trabalhadores da concessionária.

 

“O local já havia sido fechado pela Arteris e, há algum tempo, apareceu aberto. Não sabemos quem abriu, mas agora, vieram para fechar novamente”, comentou um munícipe.

 

 

Edson Eckel, gestor da Associação Terapêutica Novo Amanhecer (Atena), que também possui sede na região, relembrou que o problema enfrentado e a luta da comunidade vem desde que iniciou a concessão. “Tivemos várias reuniões na época com a concessionária, na Câmara, sem sucesso algum. Naquela época, foi notificada a Prefeitura, porém, Mafra passava por um momento político complicado, inclusive, foi nesse período que tivemos três prefeitos em um dia”, destacou.

 

Eckel comparou Rio Negro, onde vários acessos foram resolvidos. “Em comparação com Mafra, o município vizinho teve muito mais desenvolvimento nas entradas na rodovia. Aqui, faltou, representatividade política em prol das comunidades. Naquela época, a comunidade tentou se mobilizar, mas sem sucesso”, acrescentou.

 

Recentemente, os moradores levaram o caso ao Ministério Público e uma reunião chegou a ser realizada na Câmara de Vereadores, no mês de julho.

 

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Atena relata dificuldades

Edson Eckel destacou ainda que o fechamento do acesso tem trazido transtornos à Atena.

 

“Em 2002, quando escolhemos o local, foi devido ao acesso próximo a BR 116 (600 metros e a outra entrada 1000 metros). Isto porque, nosso serviço é de acolhimento transitório de dependentes químicos, e os mesmos recebem visitas quinzenais e semanais, além do fluxo da demanda de profissionais e da gestão do trabalho. Atualmente esta unidade atende 40 pessoas diretamente, em dias de visitas familiares chega a 120 pessoas”, relatou.

 

O gestor da entidade ainda destacou as parcerias com universitários e cursos profissionalizantes na área de técnico de enfermagem que também cumprem estágios e visitas técnicas.

 

“Promovemos que todos utilizem a rede de saúde e assistência, além de estimular a reinserção social, onde os mesmos frequentam, grupos de apoio, cinema, teatro, igrejas, busca de emprego e cursos. Toda esta logística, ficou comprometida. Desde então, precisamos andar 6 quilômetros de estrada de “chão” para acessar a BR-116. Se pensarmos em ida e volta, são 12 quilômetros. Isto nos levou a várias dificuldades que, respingam até os dias atuais; seja pelo acesso de quem necessita chegar até a unidade, ou seja pelas despesas que aumentaram com o sucateamento da nossa frota”, explicou.

 

 

O que diz a Arteris Planalto Sul

Em nota, a Arteris Planalto Sul, concessionária responsável pela rodovia, ressaltou que preza pela segurança viária e que acessos irregulares são fechados.

 

A Arteris Planalto Sul informa que realiza o fechamento de acessos irregulares à rodovia, com base na segurança viária, respaldada por estudos técnicos, com aval da Polícia Rodoviária Federal e anuência da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).

 

Cabe lembrar que somente a concessionária pode abrir ou fechar acessos, e qualquer construção às margens da rodovia deve ter autorização da mesma”, concluiu o texto.

 

Sobre o fechamento, a concessionária informou que a intenção não é entrar em embate com a comunidade e que será fechada em outra data, ainda não definida.

 

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