Ceará e Pernambuco com Ideb acima da média nacional: o que o Brasil pode aprender com esses estados para melhorar a educação


Embora os resultados de 2024 tenham sido abaixo do esperado de forma geral, o que mais preocupa é o ensino médio. Depois do baque dos anos de pandemia no ensino, o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira) divulgou as notas dos alunos brasileiros com dados assustadores. Embora os resultados de 2024 tenham sido abaixo do esperado de forma geral, o que mais preocupa é o ensino médio:
Alunos da 3ª terceira série do ensino médio têm dificuldade de calcular o percentual de reajuste de um valor, dificuldade de entender o principal sentido de uma notícia e de reconhecer se há humor ou ironia em uma crônica.
É o que explica Gabriel Corrêa, diretor de políticas públicas do Todos pela Educação em entrevista ao podcast O Assunto desta quinta-feira (15).
“São jovens que não sabem questões e conceitos de proporção na matemática, que vão, depois, tomar um empréstimo, fazer uma compra parcelada, e não sabem fazer conta de juros, não sabem essa questão de proporção.”
Imagem ilustrativa de arquivo mostra uma sala de aula vazia
Stephanie Rodrigues/g1
“Na língua portuguesa, não conseguem interpretar muito bem um texto. Olham na internet ou abrem um jornal não sabem diferenciar o que é um texto de opinião, o que é a notícia de um fato ou mesmo que é uma notícia falsa que foi encaminhada para eles.”
A média do Brasil na rede pública do ensino foi de 4,1. Em comparação, dois estados com situações socioeconômicas mais adversas que outros lugares do país, como São Paulo, por exemplo, que teve média de 4,2, apresentaram números melhores: no Ceará, a média foi de 4,4; já em Pernambuco, de 4,5.
“É preciso considerar que esses estados são estados muito mais pobres que a média nacional”, diz Corrêa.
“Mas vem priorizando uma gestão voltada para aprendizagem, vem priorizando o ensino médio em tempo integral em que o estudante não passa quatro, agora cinco horas na escola, mas passa sete, oito, nove, horas na escola com currículo muito mais atrativo, muito mais engajador do que aquele currículo que, há pouco tempo atrás, se via e que ainda se vê, que é muito é tradicional, que são aulas muitos expositivas.”
Ouça a íntegra do episódio aqui.
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