Policial militar é absorvido do assassinato de jovem durante abordagem no sul do Tocantins

Wilque Romano morreu durante abordagem policial em Formoso do Araguaia — Foto: Wilque Romano/Arquivo Pessoal

O policial militar Leandro Marques de Castro foi absolvido da acusação de matar Wilque Romano da Silva, de 19 anos, no julgamento que terminou na madrugada desta quinta-feira (22).

O jovem foi assassinado a tiros no dia 3 de janeiro de 2018, em Formoso do Araguaia. Ele estava em uma moto e, segundo a Polícia Militar informou na época, teria tentado fugir da abordagem e atirado contra a equipe. Wilque não tinha passagens pela polícia e a família informou que ele não estava armado.

O julgamento pela Comarca de Formoso do Araguaia, sudoeste do estado, começou na quarta-feira (21) e se estendeu até a madrugada. Conforme sentença, os jurados absolveram Leandro e o juízo o isentou do pagamento de custas ou despesas processuais. O júri foi presidido pelo juiz Valdemir Braga de Aquino Mendonça.

De acordo com o advogado Paulo Roberto da Silva, que atua na defesa de Leandro, o resultado do julgamento não tinha outra possibilidade além da absolvição do réu. “O júri decidiu de acordo com as provas dos autos, de acordo com aquilo que foi discutido no Tribunal do Júri, e uma decisão muito sábia aí que a sociedade local tenho certeza que aprovou”, destacou o advogado. O réu respondeu ao processo em liberdade.

O policial militar foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPTO) em junho de 2018 pelo crime de homicídio qualificado. A denúncia foi aceita e ele enfrentou o júri popular sete anos após o crime.

O MPTO foi questionado sobre o resultado do júri e, até a publicação desta reportagem, não informou se vai recorrer ou não.

Relembre o caso

Wilque Romano morreu durante abordagem policial em Formoso do Araguaia — Foto: Wilque Romano/Arquivo Pessoal

Wilque Romano trafegava pelo Setor Aliança de moto e fugiu da abordagem policial. Os policiais que fizeram a abordagem informaram que ele teria sacado uma arma de fogo da cintura e disparado contra a viatura.

Na época, a mãe de Wilque, Valdirene Romana da Silva, contou que o filho não andava armado. “A polícia mandou ele virar as costas e, no que ele virou, a polícia atirou nele”, disse a mãe após o crime.

Testemunhas chegaram a informar que o jovem chamou a atenção dos militares após empinar a moto. Ele foi atingido por um tiro disparado pelos militares e caiu embaixo de uma árvore, onde morreu.

Um vídeo que circulou nas redes sociais na época mostrou a ação de policias militares momentos após Wilque ser baleado. A perícia identificou que o tiro foi disparado pelas costas da vítima e perfurou o pulmão.

Fonte: g1 Tocantins

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