Ronaldo Nazário, um dos maiores nomes da história do futebol brasileiro, fez sua primeira manifestação pública após a saída de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF. Em seu perfil nas redes sociais, o ex-atacante compartilhou um manifesto assinado por 19 das 27 federações estaduais de futebol, que clamam por uma renovação na entidade e solicitam a convocação de uma nova eleição. A publicação veio acompanhada apenas de uma palavra: “Agora?”, sugerindo ironia diante do momento político vivido pela instituição.
Pontos Principais:
- Ronaldo compartilha manifesto de 19 federações pedindo nova eleição.
- Ex-jogador relembra tentativa frustrada de se candidatar à CBF.
- Samir Xaud surge como favorito das federações, mas encontra resistência.
- Eleição na CBF será realizada no dia 25 de maio.
A eleição para a presidência da CBF já tem data marcada: será realizada no dia 25 de maio, sob a organização do interventor Fernando Sarney, nomeado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. O movimento de parte das federações sinaliza o esgotamento do apoio a Ednaldo Rodrigues e reabre o tabuleiro político para a escolha de uma nova liderança. O próprio Sarney é visto como possível candidato, ao lado de outros nomes como Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol.
Ronaldo, que já havia cogitado disputar a presidência da CBF em ciclos anteriores, rememorou sua tentativa fracassada de articular apoio político. Segundo ele, 23 das 27 federações recusaram diálogo, impedindo que ele apresentasse suas ideias e propostas. Essa falta de abertura foi o principal motivo para sua desistência na ocasião. Seu posicionamento atual, ainda que não confirme interesse em concorrer, deixa em aberto a possibilidade de voltar ao centro das decisões.
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Enquanto isso, ganha força o nome de Samir Xaud, atual presidente da Federação de Roraima, que assumiu o cargo após a longa gestão de seu pai, Zeca Xaud. Médico infectologista, Samir coordenou o protocolo sanitário da CBF durante a pandemia e é bem avaliado por sua atuação técnica. No entanto, sua candidatura enfrenta resistência dos clubes da Série A, que demonstram desconforto com a articulação feita exclusivamente pelas federações estaduais.
O clima entre os clubes e as federações é de tensão crescente. Dirigentes de clubes da elite nacional questionam a representatividade do processo e temem uma nova gestão pouco alinhada com os interesses do futebol profissional. Essa divisão institucional reflete uma crise mais ampla de governança dentro da CBF, marcada por disputas judiciais, falta de transparência e conflitos internos.
A crise também ressoa nos bastidores da seleção brasileira. As incertezas em torno da liderança da CBF coincidem com a reta final do ciclo de preparação para competições importantes. A influência da presidência sobre decisões estratégicas, como a escolha da comissão técnica, reforça a urgência por uma resolução estável e confiável para o comando da entidade.
Até o momento, Ronaldo mantém seu tom enigmático e não sinaliza claramente se irá ou não disputar a presidência. A movimentação política segue intensa, com diferentes grupos tentando influenciar o resultado do pleito. A expectativa é de que a nova eleição, marcada para o fim do mês, seja decisiva para o futuro administrativo e institucional da CBF.
Fonte: Oglobo, Uol e CNN.
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