As ações do Banco do Brasil (BBAS3) recuaram 12,45% nesta sexta-feira, após a divulgação de um resultado trimestral considerado decepcionante pelos analistas de mercado. A queda foi impulsionada por um lucro líquido ajustado de R$ 7,37 bilhões no primeiro trimestre de 2025, valor 20,7% inferior ao registrado no mesmo período do ano anterior. O desempenho abaixo das expectativas trouxe preocupação aos investidores, especialmente diante do cenário econômico atual.
Pontos Principais:
- Ações do BBAS3 caem 12,45% após lucro 20,7% menor no 1T25.
- Alta inadimplência no agronegócio pressiona desempenho do banco.
- Nova regra do CMN obriga provisões antecipadas e afeta balanço.
- Setor bancário sofre com queda coletiva puxada pelo Banco do Brasil.
O relatório de resultados veio acompanhado de uma revisão nas projeções do banco para o ano, o que aumentou as incertezas quanto ao comportamento futuro da estatal. Um dos principais fatores apontados para o enfraquecimento foi a disparada da inadimplência no agronegócio, setor em que o banco tem forte presença. A deterioração da carteira de crédito nesse segmento gerou alerta para riscos adicionais de perdas.

Além disso, a Resolução nº 4.966 do Conselho Monetário Nacional passou a exigir que instituições financeiras antecipem provisões, o que impactou diretamente o balanço do banco. Essa obrigação regulatória teve reflexo imediato na percepção de risco e pressionou os resultados financeiros, em um momento no qual o mercado esperava resiliência diante da volatilidade econômica.
Logo na abertura do pregão, BBAS3 já figurava entre as maiores baixas do Ibovespa, liderando o movimento de queda. O impacto se espalhou para outras instituições financeiras: Bradesco, Itaú, Santander e BTG Pactual registraram retrações em bloco, ainda que em menor proporção. O desempenho coletivo ampliou o clima negativo entre os investidores e ajudou a empurrar o índice para baixo.
Analistas de corretoras como Bradesco BBI já previam uma reação negativa antes mesmo do início da negociação, indicando riscos de resultados fracos para o banco. As expectativas frustradas com o desempenho do Banco do Brasil influenciaram a percepção sobre todo o setor, evidenciando a sensibilidade do mercado aos movimentos das instituições estatais.
A decisão do banco de aprovar o pagamento de R$ 1,9 bilhão em juros sobre capital próprio (JCP) não foi suficiente para conter a reação negativa. Com o recuo expressivo nos papéis, também cresceram as dúvidas sobre a sustentabilidade dos dividendos, diante do novo cenário regulatório e da elevação da inadimplência.
Por volta das 12h30, enquanto o BB acumulava perdas acima de 12%, os papéis do Bradesco caíam até 0,39%, os do Itaú até 0,35% e os do Santander até 1,15%. O movimento reforçou a leitura de que o balanço do Banco do Brasil teve efeito dominó sobre os demais bancos, em um sinal de alerta que pode reverberar nos próximos trimestres.
Fonte: Einvestidor
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