A Estação Primeira de Mangueira apresentou nesta sexta-feira (16) o enredo oficial do Carnaval de 2026, que prestará homenagem ao amapaense Raimundo dos Santos Souza, conhecido como Mestre Sacaca. A proposta, intitulada “Mestre Sacaca do encanto Tucuju – o Guardião da Amazônia Negra”, foi construída a partir do centenário de nascimento do personagem, que se destacou como referência em práticas tradicionais de cura e sabedoria popular na região Norte.
Pontos Principais:
- Mestre Sacaca será homenageado pela Mangueira no Carnaval 2026.
- Enredo destaca saberes afro-indígenas e a cultura amazônica.
- Personagem foi curandeiro, Rei Momo e técnico esportivo no Amapá.
- História marca abordagem inédita da escola sobre a Amazônia Negra.
Mestre Sacaca foi uma figura central na cultura do Amapá, conhecido por preparar garrafadas, chás e unguentos usados no tratamento de doenças. Sua atuação como curandeiro lhe rendeu o apelido de “doutor da floresta” em diferentes localidades da Amazônia. A Mangueira destacou esse aspecto como símbolo de resistência e valorização dos saberes afro-indígenas, reforçando a importância histórica do personagem.
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Além de sua relevância cultural, Sacaca também teve destaque no carnaval do Amapá, sendo Rei Momo por mais de duas décadas e inspirando diversas escolas de samba locais, como Boêmios do Laguinho, onde era figura assídua. Sua memória permanece viva no Museu Sacaca, localizado no Centro de Macapá, que leva seu nome e conserva parte de seu legado.
A escolha do enredo representa um marco inédito na trajetória da Mangueira, ao abordar diretamente os costumes afro-indígenas do extremo Norte do Brasil. O carnavalesco Sidnei França afirmou que o tema busca romper com a visão única e muitas vezes simplista sobre a Amazônia, trazendo personagens ainda pouco reconhecidos em narrativas nacionais.
Mestre Sacaca também teve atuação destacada no esporte amapaense, especialmente como técnico e massagista do Esporte Clube Macapá, que venceu o primeiro Copão da Amazônia em 1975. Essa multiplicidade de atuações reforça sua influência em diversas esferas da vida social e cultural da região.
Após sua morte, em 1999, Sacaca foi homenageado com a mais alta condecoração da Divine Académie Française des Arts Lettres et Culture, em cerimônia no Rio de Janeiro em 2018. A distinção internacional reforçou o reconhecimento tardio de sua importância fora das fronteiras do Amapá.
A Mangueira utiliza esse enredo como ferramenta para resgatar histórias que desafiam os estereótipos sobre a Amazônia, trazendo à avenida um retrato mais complexo e real da diversidade cultural do Brasil. A figura de Sacaca, como xamã e referência popular, torna-se o símbolo de um Brasil ancestral que resiste e ensina.
Fonte: Wikipedia, Carnavalesco e G1.
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