Caso Lael: ‘essa decisão arrisca a vida da minha família’, diz irmã de advogado após prisão de médica ser convertida em domiciliar


O advogado criminalista José Lael foi assassinado a tiros no dia 18 de outubro de 2024 em Aracaju. Irmã de Lael, Rosane Rodrigues
TV Sergipe
Após a decisão do Supremo Tribunal Federal de converter em domiciliar a prisão da médica Daniele Barreto, suspeita de envolvimento na morte do marido José Lael de 42 anos, a irmã dele afirmou que teme pela segurança da família. Ele foi assassinado a tiros no dia 18 de outubro de 2024 em Aracaju.
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“Esperamos que seja revista, porque essa decisão arrisca a vida da minha família, mantém ela [Daniele] com acesso ao celular para atrapalhar o processo”, disse Rosane Rodrigues.
Ainda de acordo com a irmã de Lael, desde a prisão de Daniele, a guarda do filho do casal está com os avós paternos, que cuidam da rotina da criança e a família espera que essa guarda seja mantida.
O advogado da família, Guilherme Maluf, falou que o status da prisão continua igual. “A decisão aparentemente considerou que ela seria a única responsável pelo menor. Essa é a única interpretação para terem concedido a prisão domiciliar. Se ela fosse vítima, se tivesse atuado em legítima defesa estaria em liberdade. O Poder Judiciário já concedeu os cuidados para os avós. Então ela está em regime domiciliar, mas sem ter quem cuidar ”, pontuou.
A conversão da prisão em domiciliar da médica foi obtida pela defesa da médica junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), que alegou que o filho do casal sofria alienação parental, e que Daniele era agredida pelo marido.
“Temos uma criança que está sem a mãe e que está sofrendo alienação parental. [..]..ela sofria violência sexual, psicológica e corporal. Nós tínhamos uma mulher que foi estuprada, drogada e filmada”, disse o advogado Henrique Aguiar.
Daniele deixou o Presídio Feminino, na manhã nesta quinta-feira (15). Além de ser monitorada com tornozeleira eletrônica, ela cumprir as determinações de prisão domiciliar, com comparecimento periódico em juízo e proibição de contato com outros acusados.
Médica Daniele Barreto vai cumpir prisão domiciliar em Aracaju
Rafael Carvalho/ TV Sergipe
Daniele foi presa no dia 12 de novembro do ano passado, com outras seis pessoas suspeitas de envolvimento na morte. A médica foi transferida para o Presídio Feminino em Nossa Senhora do Socorro no dia 10 de janeiro de 2025.
Momento em que a médica chega ao Desipe para a colocação da tornozeleira eletrônica em Aracaju.
Leonardo Barreto/ TV Sergipe
José Lael foi assassinado a tiros no dia 18 de outubro de 2024, na Avenida Jorge Amado, Bairro Jardins, Zona Sul de Aracaju, quando dois homens desceram de uma motocicleta e dispararam contra o carro em que ele estava junto com o filho. Ambos foram baleados e socorridos, mas o advogado não resistiu.
O advogado da família de Lael, Guilherme Maluf, disse o processo é sigiloso, e que ainda não teve acesso ao conteúdo da decisão. Ele destacou que o status de presa está mantido, e que a decisão aparentemente considerou que ela seria a única responsável pelo menor. No entanto, ele já está sendo cuidado pelos avós. Além disso, não houve a interpretação de que ela seria inocente já que a prisão foi mantida.
Advogado José Lael de Souza Rodrigues Júnior e a médica Daniele Barreto
Reprodução/ Redes Sociais
Encomenda do crime
Imagens de câmeras de segurança mostram que cerca de 1h30 antes da execução, a amiga e a secretária da médica são vistas conversando com os homens dentro do carro, e depois são deixadas no condomínio de uma delas.
De acordo com as investigações, o advogado e o filho dele saíram na noite do crime, no dia 18 de outubro, até uma lanchonete para comprar açaí, a pedido da mulher. Ela teria informado a localização deles aos executores.
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Após sair de casa, o carro do advogado é seguido por uma motocicleta e por um carro, que teria sido alugado pela amiga dela. Ele foi atingido com três tiros e o filho por um. O jovem dirigiu o carro até um hospital particular, mas o pai já estava morto. Ele foi socorrido e, atualmente, passa bem.
Outras imagens de dias anteriores mostram que a amiga da médica e a secretária estiveram algumas vezes no Bairro Santa Maria, em Aracaju. Um morador do bairro e outro homem ligado a ele, que está foragido, teriam executado o assassinato.
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