
A tão esperada fumaça branca que anuncia a eleição do novo papa foi expelida nesta quinta-feira (8) da chaminé da capela Sistina, no segundo dia de conclave. O cardeal Robert Francis Prevost foi eleito pelos colegas e será conhecido a partir de agora como Leão XIV.
Ele foi escolhido por pelo menos 89 dos 133 cardeais – dois terços dos eleitores do conclave – e será o sucessor do papa Francisco na Cátedra de São Pedro.
No Tocantins alguns políticos repercutiram o novo papa. “Recebemos com esperança e fé a eleição de Sua Santidade, Papa Leone XIV. Que sua missão à frente da Igreja Católica seja de paz, diálogo e renovação espiritual. O mundo precisa de pontes, e o Santo Padre tem agora a responsabilidade de guiar milhões de corações em direção ao amor, à justiça e à fraternidade. De Palmas, nos unimos em oração e alegria por esse novo capítulo na história da Igreja”, afirmou o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira.
O deputado Ricardo Ayres afirmou: “Recebemos com profunda alegria e esperança a notícia da eleição do Cardeal Robert Francis Prevost como novo Sumo Pontífice da Igreja Católica, que adotará o nome de Papa Leão XIV. Aos 69 anos, o novo Papa traz consigo uma trajetória marcada pela fé sólida, sensibilidade pastoral e dedicação ao serviço da Igreja. Sua escolha representa um sinal de renovação e compromisso com os valores do Evangelho em um tempo que clama por paz, justiça e fraternidade.
Que sua liderança inspire o diálogo entre os povos, fortaleça os valores cristãos e aproxime ainda mais a Igreja das necessidades espirituais e sociais da humanidade”, disse.
O vereador de Palmas, Carlos Amastha afirmou: “Americano, nascido em Chicago, Robert Prevost é um líder com ampla experiência missionária e profunda formação teológica. Que sua trajetória, marcada por serviço, sabedoria e dedicação à Igreja, continue sendo fonte de inspiração e luz para o mundo
Que sua liderança espiritual una os povos e fortaleça a fé cristã!”, disse.
Quem é o novo papa
Nascido em Chicago, nos Estados Unidos, Prevost tem 69 anos e se torna o primeiro papa norte-americano da história da Igreja. É também o primeiro pontífice vindo de um país de maioria protestante.
Apesar da origem norte-americana, Prevost construiu grande parte de sua trajetória religiosa na América Latina, especialmente no Peru. Foi lá que se destacou até alcançar os cargos mais altos da Cúria Romana.
Ao ser eleito, ocupava duas funções importantes no Vaticano: prefeito do Dicastério para os Bispos — órgão responsável pela nomeação de bispos — e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina.
De perfil discreto e voz tranquila, Prevost costuma evitar os holofotes e entrevistas. No entanto, é visto como um reformista, alinhado à linha de abertura implementada por Francisco. Tem formação sólida em teologia e é considerado um profundo conhecedor da lei canônica, que rege a Igreja Católica.
Entrou para a vida religiosa aos 22 anos. Formou-se em teologia na União Teológica Católica de Chicago e, aos 27, foi enviado a Roma para estudar direito canônico na Universidade de São Tomás de Aquino.
Foi ordenado padre em 1982 e, dois anos depois, iniciou sua atuação missionária no Peru — primeiro em Piura, depois em Trujillo, onde permaneceu por dez anos, inclusive durante o governo autoritário de Alberto Fujimori. Prevost chegou a cobrar desculpas públicas pelas injustiças cometidas no período.
Em 2014, foi nomeado administrador da Diocese de Chiclayo, cargo em que foi ordenado bispo e permaneceu por nove anos. Nesse período, enfrentou a principal crise de sua trajetória: em 2023, três mulheres acusaram Prevost de acobertar casos de abuso sexual cometidos por dois padres no Peru, quando elas ainda eram crianças.
Segundo as denúncias, uma das vítimas telefonou para Prevost em 2020. Dois anos depois, ele recebeu formalmente os relatos e encaminhou o caso ao Vaticano. Um dos padres foi afastado preventivamente e o outro já não exercia mais funções por questões de saúde. A diocese peruana nega qualquer acobertamento e afirma que Prevost seguiu os trâmites exigidos pela legislação da Igreja. O Vaticano ainda não concluiu a investigação.
Durante sua passagem pelo Peru, Prevost também ocupou cargos de destaque na Conferência Episcopal local e foi nomeado para a Congregação do Clero e, depois, para a Congregação para os Bispos. Em 2023, recebeu o título de cardeal — função que ocupou por menos de dois anos antes de se tornar papa, algo raro na Igreja moderna.
Durante a internação de Francisco, Prevost foi o responsável por liderar uma oração pública no Vaticano pela saúde do então pontífice.
Como foi o conclave
O conclave para a eleição do novo papa começou na quarta-feira (7), com a presença de 133 cardeais – sete deles são brasileiros. Na primeira rodada da votação, na quarta à tarde, deu fumaça preta.
O mesmo ocorreu após a segunda e a terceira rodadas, na manhã desta quinta. Para a tarde, havia a previsão de uma quarta rodada de votação perto de 12h30 (no horário de Brasília) e, se necessário, uma quinta e última, por volta das 14h.