Aposentados e pensionistas ligados ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foram surpreendidos após uma operação da Polícia Federal que identificou um esquema fraudulento de descontos indevidos nos benefícios. Segundo a PF, o valor estimado de cobranças irregulares soma, até o momento, R$ 6,3 bilhões.
A Operação Sem Desconto, deflagrada na última quarta-feira, mira um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. Após a ação, o governo federal suspendeu todos os Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) que permitem a organizações da sociedade civil descontar mensalidades diretamente dos benefícios pagos pelo INSS.
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Uma das entidades que defendem os interesses dos beneficiários é a Associação dos Aposentados e Pensionistas de Santa Cruz do Sul (Apopesc), que atua há 42 anos no município. Ela oferece a seus associados uma série de recursos da área da saúde, com desconto especial. Também há outras atividades, como viagens.
O presidente da Apopesc, Natalino Bucher, mostrou-se surpreso. “Foi um baque violento. Não sei o que podemos fazer de agora em diante”, disse em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9. Ele afirmou ainda que a entidade nunca esteve envolvida em um escândalo financeiro, mas foi prejudicada com o bloqueio dos descontos.
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A gerente da Apopesc, Luana Dick, lembrou que no ano passado houve uma suspensão de novos sócios, entre abril e novembro, devido à investigação. A partir de dezembro, os novos integrantes foram admitidos por meio de reconhecimento facial.
“Nós já vínhamos passando por uma dificuldade nesse sentido, agora veio essa notícia do corte geral de tudo.” A Apopesc conta com 1,5 mil associados, sendo 90% através do desconto em folha e os outros 10% por pagamento na sede.
Em relação aos recursos, Luana explicou que a diretoria fará uma reunião para discutir onde será possível obter receita. “Precisamos do apoio dos nossos associados e da comunidade, porque no momento estamos sem rumo”, disse. A Apopesc também aguardará a manifestação dos órgãos competentes sobre um possível prazo para restabelecimento do processo.
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O assessor jurídico, Tibicuera Almeida, afirmou que os próximos passos para amenizar a situação serão junto aos órgãos federativos, o INSS e o Ministério da Previdência Social. A entidade aguardará a posição da assessoria jurídica da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap).
Ele explicou que a Apopesc é vinculada à Federação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas do Estado (Fetapergs) e à Cobap. Por isso, o desconto em folha vem em nome da confederação.
Em caso de suspeita de fraude de descontos indevidos de outras entidades, Almeida recomenda que a pessoa procure o INSS ou uma associação de confiança. Se não houve a autorização, é possível pedir o cancelamento do desconto ou ressarcimento.
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Saiba mais
Conforme Luana Dick, no período anterior a abril do ano passado, a autorização de desconto na Apopesc ocorria por meio de um formulário assinado pelo sócio. Outras entidades, que não dispõem de nenhum benefício para seu associado, aproveitaram para falsificar assinaturas e fraudar o sistema. Por isso, o reconhecimento facial tornou-se a principal maneira de ingressar nas associações.
Os beneficiários podem se associar em qualquer entidade do Brasil, mas Luana indica que busquem por aquelas que ofereçam vantagens, como a Apopesc. “Temos benefício médico, odontológico, descontos em exames e médicos especialistas”, destacou. Para usufruir dos recursos, o associado precisa dispor de 1% do benefício que recebe.
A Apopesc se mantém à disposição dos associados e da comunidade. A instituição está localizada na Rua 7 de Setembro, 503, com entrada pelo portão da garagem. O telefone é o 3717 2736 e o WhatsApp, 99743 6297.
Confira a entrevista completa com os representantes da Apopesc:
*Colaboraram Carina Weber, Lucas Malheiros e Márcio Souza
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