Governo de Minas descarta possibilidade de reajuste salarial de servidores em 2025


Informação foi dada pelo secretário estadual de Fazenda, Luiz Cláudio Lourenço Gomes, durante audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Servidores pela recomposição salarial (ILUSTRATIVA)
Reprodução/Globo
A Secretaria Estadual da Fazenda informou, nesta terça-feira (15), que não haverá recursos para custear a recomposição salarial anual para os servidores públicos de Minas Gerais em 2025.
A informação foi dada pelo secretário estadual de Fazenda, Luiz Cláudio Lourenço Gomes, durante audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
“Não é descaso, é responsabilidade com o fluxo de caixa. O estado não pode assumir um compromisso se não tem condição de cumprir”, disse o secretário.
A declaração gerou críticas de parlamentares e representantes das forças de segurança, que acusam o governo do estado de descumprir a legislação.
Parlamentares que representam as classes dos servidores públicos do estado criticou o governo de Minas por não divulgar o índice de revisão geral anual, previsto na Lei 24.260/2022, ​que determina que o Executivo divulgue, até o último dia útil de janeiro de cada ano, o percentual acumulado do índice de revisão geral anual da remuneração de seus servidores.
Atualmente, Minas Gerais amarga o pagamento de uma dívida com a União de aproximadamente R$ 163 bilhões. Em agosto de 2024, o Supremo Tribunal Federal (STF) já tinha homologado um acordo entre as partes para permitir a adesão do estado ao RRF.
Desde outubro, o estado vem pagando o valor devido à União de acordo com as condicionantes do regime de recuperação fiscal, que permitem parcelas reduzidas. Ao todo, foram quitadas quatro, no valor total de R$ 1,1 bilhão.
O g1 procurou a Secretaria Estadual da Fazenda para um posicionamento, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Reajuste aprovado
Em junho do ano passado, parlamentares da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovaram um reajuste de 4,62% para os servidores civis e militares do estado. O projeto foi sancionado pelo governador Romeu Zema (Novo) no dia 27 de junho de 2024.
A votação foi realizada em meio a protestos de trabalhadores, sobretudo da segurança e da saúde. O texto recebeu 64 votos favoráveis, sem votos em branco ou contrários.
O índice de 4,62% foi proposto pelo estado e já estava previsto em uma emenda assinada por todos os deputados da Assembleia. O projeto original enviado por Zema à Casa, aprovado em 1º turno, autorizava reajuste de 3,62%, abaixo da inflação de 2023.
O texto aprovado prevê que o percentual seja aplicado de forma retroativa a janeiro de 2024. Além disso, permite a concessão de auxílio-alimentação também a servidores afastados do trabalho, em casos de licença para tratamento de saúde, licença-maternidade, licença-paternidade, licença adotante e licença por luto.
Todas as emendas foram rejeitadas. Elas previam, por exemplo, pagamento do retroativo em parcela única e aumento do reajuste, de forma a cobrir também a inflação de 2022 — no ano passado, os trabalhadores não receberam correção salarial.
Vídeos mais vistos no g1 Minas:
Adicionar aos favoritos o Link permanente.