Cambridge, Inglaterra: oito séculos de excelência

“A verdade é filha do silêncio e da meditação.”

Isaac Newton

A história de Cambridge, cidade de 145 mil habitantes a 100 quilômetros de Londres, se confunde com a universidade ali fundada, em 1209, por professores dissidentes da Universidade de Oxford. Nos últimos oito séculos, o legado de seus cientistas e pensadores transformou o destino do antigo povoado medieval atravessado pelo Rio Cam. De forma incomparável, Cambridge irradiou conhecimento e descobertas que mudaram radicalmente a forma com que enxergamos e explicamos o mundo, a vida e a humanidade.

Organizada em sistema de colegiado, 31 faculdades (colleges) formam a terceira universidade mais antiga do mundo ainda em atividade, depois da vizinha Universidade de Oxford, fundada em 1096, e da Universidade de Bolonha, Itália, fundada em 1088. O Trinity College é a faculdade mais prestigiada, onde Isaac Newton foi estudante e docente. O King’s College, o Caius College e o Christ’s College também estão entre as faculdades mais famosas da antiga instituição, que conta com mais de 24 mil estudantes e cerca de 6 mil docentes.

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Além de Newton, Cambridge é alma mater, entre tantos outros, de Charles Darwin (teoria da evolução), Alan Turing (pai da ciência computacional), Bertrand Russell (eminente filósofo e matemático), Charles Babbage (inventor do computador) e do físico Stephen Hawking (1942-2018), que, mesmo acometido pela doença de Lou Gehrig (ELA), trabalhou e produziu na universidade até seus últimos dias.

Em seus lendários departamentos, como o Laboratório Cavendish, renomados cientistas fizeram descobertas fundamentais. Para citar alguns exemplos, a estrutura helicoidal dupla do DNA, em 1953, por Francis Crick e James Watson, descoberta baseada nas ideias da cientista Rosalind Franklin; a identificação das partículas atômicas nêutron e próton por, respectivamente, James Chadwick e Ernest Rutherford, e os trabalhos do escocês James Clark Maxwell, que resultaram na teoria da radiação eletromagnética.

Aidir Parizzi na alameda de entrada do Trinity College, alma mater de Isaac Newton

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A cidade merece uma visita mesmo por quem não se interessa tanto pelo conhecimento e pela ciência ali produzidos. Passear pelas ruas medievais, pelas belíssimas faculdades fundadas por nobres, reis e rainhas britânicos, pela Ponte Matemática e até conhecer o prédio onde a banda Pink Floyd (David Gilmour e Syd Barrett estudaram em Cambridge) fez sua primeira apresentação, convenientemente pintado de rosa, valem a visita.

Muito mais do que a beleza e o peso histórico de Cambridge, a contribuição intelectual emanada do lugar fascina e inspira. Nada menos do que 125 vencedores do prêmio Nobel partiram de uma cidade menor que minha cidade natal, Santa Cruz do Sul. Recentemente, nós, brasileiros, comemoramos, com razão, a conquista do primeiro Oscar para o país. Que não tarde o dia em que comemoraremos, ainda mais efusivamente, o primeiro prêmio Nobel do Brasil, uma nação na qual a educação básica de qualidade, o desenvolvimento científico e o avanço tecnológico são tão necessários.

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