Número de pessoas na extrema pobreza cai 17% na cidade de SP, mas ainda atinge quase 500 mil famílias


Sé, Itaquera, São Matheus, M’Boi Mirim e Capela do Socorro lideram o ranking dos bairros com mais famílias pobres. O número de pessoas em extrema pobreza caiu 17% em janeiro deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado.
Dados da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads) mostram que em janeiro deste ano 494 mil famílias encontravam-se em situação de extrema pobreza. O bairro da Sé concentra o maior número, são mais de 30 mil.
São Paulo é a maior e mais rica cidade do Brasil e possui famílias vivendo com até R$ 109 por mês.
Dados da extrema pobreza na cidade de São Paulo.
Reprodução SPTV
Os bairros que mais concentram famílias em extrema pobreza encontram-se nas áreas periféricas da cidade, são eles:
Sé: 30.137 famílias
Itaquera: 27.117 famílias
São Matheus: 24.790 famílias
M’Boi Mirim: 25.265 famílias
Capela do Socorro: 24.800 famílias
Já os bairros mais próximos do Centro como Lapa e Pinheiros, na Zona Oeste, e Vila Mariana, na Zona Sul, são os que têm o maior número de pessoas vivendo em situação de miséria.
Para a economista e pesquisadora de temas ligados às desigualdades socioeconômicas Regiane Wochler, a concentração da extrema pobreza está relacionada com a maneira como a cidade expandiu as suas atividades.
“É um processo que a gente chama de gentrificação, né? Aqui na região central, na Sé, por exemplo, a gente tem uma alta concentração porque está relacionado a muitos cortiços, tá relacionado a própria Cracolândia, ainda ali em circulação”, explica.
Ela também explica que para amenizar essa situação é preciso qualificar, montar um perfil de quem se encontra em extrema pobreza.
“A gente precisa, primeiro, qualificar quem é a pessoa, aí nós vamos, com certeza, encontrar pessoas negras em sua maioria, em torno de 75%. São mulheres chefes de família e com filhos, então, quando nós conseguimos qualificar quem são essas pessoas, identificar adequadamente o perfil, a gente consegue direcionar as políticas públicas”, disse.
Nº de famílias inscritas no Cadúnico na cidade de SP sobe 6,8% em 2023, diz ministério
Regiane Wochler também diz que além das políticas públicas é fundamental a participação da sociedade civil. Apoiando organização que atuam diretamente com a redução da extrema pobreza.
“A gente tem algumas organizações como a Cufa (Central única das Favelas), por exemplo, temos bancos comunitários. Tem organizações de empreendimentos que atuam dentro da lógica da economia solidária, que são todos empreendimentos voltados realmente para essa população que está em maior vulnerabilidade.”
Ela reforça que é preciso investir nesses setores, pois assim possibilitamos que o nosso dinheiro vire ações positivas para a sociedade.
“A gente fortalece a circulação de recursos para essa população e ajuda a reduzir a desigualdade.”
Realidade no centro da capital que tem número elevado de famílias em situação de rua.
Reprodução SPTV
Adicionar aos favoritos o Link permanente.