Fibromialgia: lidando com as dores e o julgamento

Todo dia, Morgana Merten, de 54 anos, acorda sem saber a intensidade e em qual local do corpo vai sentir dor. Desde 2020, ela convive com a fibromialgia, doença reumática que atinge pessoas de todas as idades, em especial mulheres na faixa dos 40 anos.

Segundo o médico reumatologista especialista em dor crônica, Eduardo Pochmann, não há uma causa específica para o surgimento da doença estando essa atrelada a fatores psicossociais. São eles aspectos que envolvem as relações humanas e as condições de trabalho, e que podem interferir na saúde mental e física.

No caso de Morgana, paciente de Eduardo, a provável causa foi um conjunto de sintomas, como a menopausa e o estresse. “Demorei três anos para receber o diagnóstico. Sentia muitas dores, cansaço e insônia”, relata. O diagnóstico identificou que se tratava de fibromialgia.

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“É uma doença que não tem alteração em exames laboratoriais ou de imagem, mas que causa sintomas inespecíficos para os médicos: dores musculares difusas, cansaço em pequenas atividades diárias, formigamento no corpo”, explica o médico. Por isso, o diagnóstico ocorre de forma demorada, na maioria das vezes.

Além dos descritos, entre os sintomas também estão a perda de força nas mãos, dor de cabeça, esquecimento, tontura, zumbidos e alteração do humor. Não existe cura para a doença. O tratamento é feito a partir de medicamentos que aliviam a dor, como opióides, antidepressivos e canabidiol.

Outras ações podem auxiliar. “Dois fatores influenciam na melhora: fazer atividade física regular, sempre respeitando as limitações, e psicoterapia, pois as emoções afetam a doença”, ressalta o especialista.

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Preconceito

Morgana Merten convive com a doença

Outra luta para quem tem fibromialgia é lidar com o preconceito diário daqueles que não possuem e nem conhecem a doença. “As pessoas, às vezes os próprios médicos, não acreditam na nossa condição, acham que é preguiça”, desabafa Morgana. As limitações afetam a rotina da paciente. Ela não consegue mais limpar a casa e tem recentes perdas de memória.

“O tratamento depende muito do grau de acometimento da doença. Alguns pacientes têm acometimento mais leve ou severo ao ponto de impossibilitar sair da cama de manhã por dor, fadiga e desânimo”, exemplifica o reumatologista Eduardo Pochmann. Atualmente, diversos ordenamentos tentam desmistificar as consequências da doença, como a Lei 14.233/2021, que institui 12 de maio como o Dia Nacional de Conscientização e Enfrentamento da Fibromialgia. Além disso, o Projeto de Lei nº 3.010/2019 está nos trâmites na Câmara dos Deputados em busca da instituição da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Fibromialgia.

Entre as pautas, o texto garante um atendimento multidisciplinar, disseminação de informações relativas à doença e suas implicações, e o incentivo à formação e à capacitação de profissionais especializados no atendimento à pessoa com fibromialgia e a seus familiares.

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