“Ein Glücksfall” – um feliz acaso ou obra do destino?

No Dia Internacional das Mulheres, 8 de março, quero falar de uma mulher internacional com vínculos em terra brasileira; de uma mulher que carinhosamente associa sua infância no Brasil ao sabor de jabuticabas maduras. Diz-se que ela tem um coração brasileiro, uma mente alemã e uma alma sueca.

Para falar dela, preciso iniciar com um evento, anterior a sua vida. Foi em julho de 1920 que o jovem alemão Walther Sommerlath veio ao Brasil, incentivado por um seu amigo encantado com as belezas do país. Num belo dia estava ele passeando pela orla de Copacabana.

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Contemplando o mar, viu quando uma onda gigantesca tragou uma criança e sua babá. Sem titubear Walther entrou mar adentro e, com o auxílio da moça, a criança foi salva. Foi assim que ele conheceu a brasileira, Alice Soares de Toledo, que viria a ser a mulher de sua vida. Casaram em 1925 e tiveram três filhos homens, nascidos no Brasil, e uma filha, Silvia, que nasceu em Heidelberg, no ano de 1943.

O pai de Silvia, um empresário alemão, viveu muitos anos no Brasil. Em 1950, quando Silvia contou dois anos e meio, a família veio morar em São Paulo e Silvia viveu ali por 11 anos. Durante esse tempo ela frequentou o renomado colégio Visconde de Porto Seguro, de ensino alemão. Em 1957, a família regressou à Alemanha.

Em sua vida de solteira foi, por breve tempo, comissária de bordo; no início da década de 1970, Silvia trabalhou em München, junto ao consulado da Argentina. Fluente em alemão, português, espanhol, francês, inglês e na língua de sinais para deficientes auditivos, ela atuou como Chef-houstess – anfitriã chefe – durante os jogos Olímpicos de 1972. Alguns anos depois ela foi diretora do protocolo dos jogos de inverno em Innsbruck, na Áustria.

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Foi durante os jogos Olímpicos de 1972 que energias benévolas do universo operaram para mudar radicalmente sua vida, colocando-a em contato com a pessoa que viria a ser o rei da Suécia em 1973 e marido em 1976 – Carl XVI Gustaf. Enquanto rainha da Suécia, ela própria viria a ser um “Glücksfall” na concepção do povo sueco.

Muito culta, a Rainha Silvia se tornou conhecida por sua simplicidade e por cumprir sua missão sempre muito gentil, educada e elegante. Mais ainda, ela é admirada pelo engajamento em importantes projetos sociais. Entre eles, a criação da fundação Childhood, em favor de melhores condições de vida para crianças em situação de vulnerabilidade em todo o mundo. Dela faz parte a Childhood Brasil. A fundação já apoiou mais de 500 projetos em 16 países.

Hoje, com 81 anos de idade, ela pode contemplar os muitos frutos que seus empenhos produziram. Do Brasil ela guarda boas lembranças, o gosto de jabuticabas e a mais alta condecoração já concedida a uma pessoa estrangeira – a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul. Neste dia internacional, reverencio todas as mulheres que, com seu fazer e seu modo de viver, fizeram ou fazem a vida ser melhor em seu mundo privado e no espaço coletivo de vida.

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