La Niña poderá afetar produção de noz-pecã na região

O Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan) alerta para os possíveis impactos negativos do fenômeno La Niña nos pomares de noz-pecã do Rio Grande do Sul. De acordo com a instituição, as chuvas esparsas e com volume abaixo da média podem provocar estresse hídrico nas plantas. Em função disso, os produtores precisam estar atentos e adotar sistemas de irrigação para garantir que o cultivo seja economicamente viável nesta safra.

Conforme o engenheiro agrônomo Júlio César Medeiros, coordenador técnico do IBPecan, a depender do estágio em que ocorrer a falta de água no solo os prejuízos podem ser significativos, com perdas chegando a 100% em relação à produtividade esperada. Outra preocupação é o comprometimento da qualidade do produto final.

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Segundo ele, embora as chuvas possam parecer abundantes no total do ano, com acumulados superiores a 1,8 mil milímetros, não são suficientes para suprir as necessidades das nogueiras. “Em particular em seus períodos críticos, que se distribuem durante todo o ciclo anual da planta”, enfatiza.

Perspectiva do setor é que a produção deve ficar abaixo do esperado inicialmente

Medeiros reforça a necessidade da instalação de sistemas de irrigação adequados para as condições específicas de solo e clima da região onde o pomar está localizado. Crescimento das folhas, floração e enchimento das nozes são as etapas mais críticas e nas quais a falta de umidade provoca mais prejuízos. “Há ainda a pré-colheita, onde a pouca água poderá acarretar problemas de cápsula aderida à amêndoa, depreciando o produto final.”

O profissional chama a atenção para o planejamento da irrigação, que pode ser feita por gotejamento ou aspersão. É importante que o dimensionamento do volume necessário leve em conta a maior demanda de água que o pomar terá nos dias quentes e secos do verão, que coincidem com os de maior exigência das plantas e onde as perdas por evapotranspiração – a perda de água do solo por evaporação e perda de água da planta por transpiração – são maiores.

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“Safra desafiadora”

Assim como nas culturas de grãos, as condições climáticas adversas afetam negativamente a noz-pecã. Conforme a engenheira agrônoma e produtora Marlei Cristine Pranke, de Encruzilhada do Sul, a safra é mais uma vez desafiadora no Rio Grande do Sul. Algumas regiões tiveram excesso de chuva no período de floração das nogueiras, o que ocasionou redução no número de frutos. Além disso, entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, a falta de umidade e as altas temperaturas provocaram a queda desses frutos, reduzindo o potencial produtivo.

As perdas variam entre as regiões e também a idade dos pomares, avalia. A maioria é considerada jovem (menos de dez anos de idade) e o potencial produtivo ainda está em evolução. A profissional ressalta a importância da irrigação para melhorar a produtividade e estabilidade dos pomares, bem como reduzir possíveis perdas. O percentual de pomares irrigados, contudo, é baixo em razão da pequena disponibilidade de água e altos custos para implantação.

Marlei: 275 nogueiras em três hectares

Segundo Marlei, ainda não há estimativa de produção média esperada em Encruzilhada do Sul e região para a safra atual, mas há uma certeza de que ficará abaixo do previsto.

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