Juliette faz farra artificial, sem emoção real, em single que revela outras duas músicas do álbum previsto para abril


Juliette
Gabriela Schmidt / Divulgação
♫ OPINIÃO
♩ É impressionante como Juliette perdeu a identidade artística que esboçou há quatro anos. Quando se lançou como cantora, com EP editado em 2021 no embalo da projeção nacional e da popularidade conquistadas pela participação na edição do programa Big Brother Brasil exibida naquele ano, Juliette deixou boa impressão.
Mesmo sem ostentar uma real musicalidade, havia verdade e doçura no canto de Juliette, além de um repertório de sotaque nordestino – composto por seis músicas inéditas – que parecia se afinar com a alma da artista paraibana. Essa marca ainda se manteve no disco Caminho ao vivo (2022).
Depois, Juliette começou a seguir padrão pop que dissolveu a identidade da cantora, em movimento desnorteado que ficou evidenciado em Ciclone (2023), primeiro álbum de estúdio da artista.
A julgar pelos dois singles duplos lançados por Juliette neste primeiro bimestre de 2025, essa diluição se amplifica no segundo álbum de estúdio da artista, gravado com produção musical de Pedro Breder e previsto para ser lançado na íntegra em abril via Virgin Music Group.
O primeiro single duplo, Esquenta, saiu em 30 de janeiro com duas músicas para baladas, Boyzinho (Carolzinha, Gabriel Cantini, Juliette, Pedro Breder e Shylton) e Quarto proibido (Gabriel Cantini e Daniel de Souza Moreira), em que Juliette forçou uma sensualidade artificial.
Tal artificialidade se mantém no segundo single, Farra, apresentado na noite de quinta-feira, 20 de fevereiro, com as músicas Me pega (Àttooxxá, Cantini e Juliette) e Eu vou aí (Carolzinha, Cantini, Juliette, Pedro Breder e Shylton).
Me pega entra na onda do pagodão baiano com a batida da banda soteropolitana Àttooxxá e a participação de Márcio Victor, vocalista do Psirico, outro grupo de Salvador (BA). Eu vou aí tem cadência forrozeira e traz a voz de Henry Freitas, cantor pernambucano que vem sobressaindo no universo do forró miscigenado.
Ambas as faixas soam plastificadas, estudadas demais, sem o mínimo de espontaneidade – traços também recorrentes nos dois fonogramas anteriores de janeiro. Ou seja, tudo leva a crer que o quarto álbum da discografia de Juliette seguirá nessa linha industrial, sem emoções reais. A farra de Juliette é totalmente artificial.
Capa do single duplo ‘Farra’, de Juliette, com as músicas ‘Me pega’ e ‘Eu vou aí’
Gabriela Schmidt / Divulgação
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