Os Caminhos do Tabaco: do Rio Grande para o Paraná

Chegar na casa da família Reis, em Ribeira dos Leões, em Imbituva, no Paraná, é ver um pouco do Rio Grande do Sul. E isso pode ser confirmado a distância, com a camiseta do Grêmio mostrando que ali tem gaúchos. Na verdade, um deles. O pai Ademar José Reis é de Três de Maio, onde atuou com o tabaco de galpão, o Burley.

Ao chegar em Imbituva, onde teve os filhos Rafael e Gabriel com a esposa Vera Lúcia, deparou-se com uma dificuldade: a terra vermelha, que era desconsiderada para a produção rural, em especial a fumicultura. Foi preciso muito trabalho e manejo do solo para fazer chegar até os dias atuais, em que é tão ou mais fértil do que outras regiões paranaenses.

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Essa característica produtiva teve o acréscimo do conhecimento adquirido pelo filho Rafael, que se formou técnico florestal. Ele conta que não teve dificuldades para implantar as informações que trouxe da escola, e os resultados foram melhorando. Já não produz feijão, que era uma tradição local, mas serve para garantir o sustento e o crescimento dos Reis.

Eles terminaram a colheita no último sábado e estão em processo de secagem. São 95 mil pés plantados no sistema de integração. O processo, que começou em 15 de setembro, foi antecipado em cerca de 20 dias, em decorrência do clima. Houve muita chuva em dezembro e aquecimento na sequência, o que fez avançar o tempo da planta. O que deu trabalho a todos: Ademar e Vera Lúcia, Rafael e a esposa Bianca, Gabriel e mais dois a três profissionais.

Tentativa de minimizar os danos do granizo

Sidinei Iankovski e Josieli Makoski observam o tabaco que foi plantado fora de época
Sidinei Iankovski e Josieli Makoski observam o tabaco que foi plantado fora de época

O casal Sidinei Iankovski e Josieli Makoski, de Cachoeira dos Paulistas, em Rio Azul, no Paraná, viu o trabalho do ano ser destruído em cerca de 20 minutos de queda torrencial de granizo. As pedras resultaram em perda total dos 115 mil pés plantados.

Iankovski é inquieto e buscou um mecanismo para minimizar as perdas. Em 15 dias, a primeira quinzena de novembro, ele conseguiu 50 mil mudas e fez o replantio fora de época.

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O resultado não foi o esperado, e ele percebeu que não é uma boa ideia plantar em época diferenciada da tradicional janela. Mas não se arrepende de ter feito, porque poderia ser uma forma de reduzir o prejuízo. Conta que os danos financeiros são minimizados com o socorro do seguro assinado com a Afubra. “Não planto um pé de tabaco sem seguro”, frisa.

Enquanto observa a lavoura atemporal se desenvolver de forma lenta, irá iniciar a colheita e somar aos cerca de 8 mil quilos que já havia retirado antes da chuva de pedras. Persistente, Iankoski já prepara a próxima safra e sabe que não conseguirá fazer a palhada com adubação verde do jeito que costumava, com duas etapas.

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