Babá abusada sexualmente estava trabalhando para ajudar a mãe financeiramente: ‘Está topada’


Pai da criança que a vítima cuidava foi preso em flagrante pelo crime nesse sábado (25). Babá estava no segundo dia de trabalho e chegou a relatar para a mãe um comportamento estranho no suspeito. Vítima foi atendida na maternidade após abusos
Eldérico Silva/Rede Amazônica Acre
A babá, de 19 anos, vítima de abuso sexual em Rio Branco estava no segundo dia de trabalho e tinha conseguido o emprego para ajudar a mãe financeiramente. Nesse sábado (25), quando chegou para trabalhar no bairro Mocinha Magalhães, a jovem foi estuprada e o pai da criança preso em flagrante pelo crime.
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Além de abusar sexualmente da jovem, o suspeito ainda bateu, a ameaçou com uma faca e a enforcou até ela desmaiar. Quando acordou, a vítima disse que estava sozinha na casa com o filho de 2 anos do suspeito trancado no banheiro.
Ela ligou para a mãe e contou aos prantos o que tinha acontecido. A mãe, então, acionou a Polícia Militar, que foi até a casa socorrer a babá. A jovem foi atendida na Maternidade Bárbara Heliodora.
O g1 conversou com a mãe da jovem neste domingo (26). A pedido, a identificação da mulher não será divulgada.
Ela contou que a filha está muito abalada e só conseguiu dormir após tomar remédios controlados. “Ela estava chorando muito à noite e dizendo que não teve culpa, que chegou a gritar, mas ninguém ouviu ela. Tive que topar ela, deu clonazepam para ela. Minha filha só trabalha e estuda, só vive para isso”, lamentou.
O homem foi preso em flagrante no bairro Estação Experimental e levado para a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam). Ele é preso monitorado por tornozeleira eletrônica. A jovem contou aos familiares que não viu o equipamento e que o suspeito estava sempre de calça comprida.
Ajudar a mãe financeiramente
A jovem é estudante de enfermagem e trabalha com atendente de telemarketing. Após a mãe ter gastos com o conserto do carro, a vítima passou a buscar um segundo emprego para ajudar mais ainda nos gastos em casa.
Conforme a mãe, a filha viu em um aplicativo de conversas a mensagem da mulher do suspeito procurando uma babá há cinco meses. A vítima mandou mensagem, contudo, só obteve retorno na última quarta-feira (22). A jovem começou a trabalhar na quinta (23).
“A mãe do menino mandou mensagem perguntando se ela ainda estava disponível. Era em um horário diferente do outro trabalho e ela disse que ficaria entre três a quatro meses para ajudar a organizar nossas finanças. Eu tenho dois empregos e estava atrás de outro, então, disse que eu ficaria sobrecarregada e preferiu ir trabalhar”, recorda.
Ainda segundo a genitora, a estudante contou que logo no primeiro dia percebeu um comportamento estranho no suspeito. “Fez algumas perguntas estranhas para ela, perguntou se ela namorava, se era casada. Ela disse que não namorava, mas que não queria falar da vida pessoal e que estava ali para cuidar do neném. A partir daí, ele foi super ignorante”, diz.
Na sexta (24), a mulher do suspeito estava de folga do trabalho e a babá não precisaria ficar com a criança. Contudo, a mãe da vítima contou que a mulher pediu para que a filha ficasse com o menino enquanto ela iria ao supermercado.
“Ela disse que não iria, mas que podiam trazer o menino para nossa casa. Foi aí que ele ficou sabendo onde é nossa casa. Ela ficou cerca de uma hora e meia com a criança”, conta.
Já nesse sábado (25), a mulher recorda que a filha saiu para a casa do casal preocupada com o comportamento do suspeito. “Me perguntou o que faria se ele fizesse perguntas estranhas e falei que achava bom ela não ir mais. Falei para dizer que era uma menina direita e que não ficaria mais com o filho dele se continuasse a questionando daquele jeito”, pontua.
Ataque em casa
Já na casa do suspeito, a vítima falou para a família que foi abordada novamente pelo homem com perguntas íntimas. “Ela disse que ele ficou em pé na frente dela perguntando se não o achava bonito, atraente e começou atacar ela. Ele nem deveria estar lá porque quando ela foi contratada a mulher [esposa do suspeito] falou que ele saia para trabalhar como motorista de aplicativo e só voltava à noite”, reforça.
Ainda segundo a parente, a jovem gritou por socorro, mas ninguém da vizinhança ouviu. “Ele puxou um monte de cabelo dela para ela calar a boca. Bateu nela, ameaçou dizendo que conhecia a rotina dela, os irmãos gêmeos dela e que não tinha medo de mim. Depois de tudo [do abuso] ele segurou no pescoço dela e ela apagou”, lamenta.
A mulher relata também que, durante o atendimento médico, a filha reclamava de bastante dor na região do ânus e foi descoberto que o suspeito havia inserido um objeto nela. “Demoraram mais de duas horas para retirar, a menina não andava com dor sem saber o que tinha dentro dela. Todo mundo ficou estarrecido”, finaliza.
A PM do Acre disponibiliza os seguintes números para que a mulher peça ajuda:
(68) 99609-3901
(68) 99611-3224
(68) 99610-4372
(68) 99614-2935
Veja outras formas de denunciar:
Polícia Militar -190: quando a criança está correndo risco imediato;
Samu – 192: para pedidos de socorro urgentes;
Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres;
Qualquer delegacia de polícia;
Disque 100: recebe denúncias de violações de direitos humanos. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa;
Secretaria de Estado da Mulher (Semulher): recebe denúncias de violações de direitos da mulher no Acre. Telefone: (68) 99930-0420. Endereço: Travessa João XXIII, 1137, Village Wilde Maciel;
Profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, precisam fazer notificação compulsória em casos de suspeita de violência. Essa notificação é encaminhada aos conselhos tutelares e polícia;
WhatsApp do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos: (61) 99656- 5008;
Ministério Público;
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