Reajuste do salário mínimo e dos benefícios previdenciários: diferenças e impactos para os aposentados

Anualmente, milhões de brasileiros acompanham com expectativa o reajuste do salário mínimo e dos benefícios previdenciários pagos pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). No entanto, muitos aposentados e pensionistas notam que o valor de seus benefícios parece crescer mais lentamente que o salário mínimo, gerando uma sensação de perda de poder de compra ao longo do tempo.

Essa percepção decorre das diferenças nos critérios de reajuste aplicados ao mínimo e aos benefícios previdenciários de valor maior. Enquanto o salário mínimo é reajustado considerando, pelo menos, a inflação acumulada no ano anterior, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), ele também pode incluir ganhos reais com base no crescimento econômico, como o Produto Interno Bruto (PIB). Essa política de valorização histórica tem sido importante para milhões de brasileiros, uma vez que o salário mínimo serve como referência para diversos benefícios.

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Já os benefícios previdenciários acima de um salário mínimo são corrigidos apenas pela variação do INPC, o que garante a recomposição da inflação, mas não oferece ganhos reais. Com o passar dos anos, essa diferença faz com que beneficiários que recebem acima do piso tenham a sensação de defasagem em relação aos que ganham exatamente o salário mínimo.

Isso significa que os aposentados que recebem acima do piso não se beneficiam de períodos de crescimento econômico do País, mantendo seu benefício praticamente estagnado em termos reais. Dessa forma, ao longo dos anos, mesmo que não haja perda nominal do valor da aposentadoria, há uma limitação na sua evolução.

Como resultado, um segurado que, no momento da concessão da aposentadoria, recebia o equivalente a dois salários mínimos, com o passar do tempo vê seu benefício perder essa proporção em relação ao piso nacional.

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Além da diferença nos índices de reajuste, também contribui para esse cenário a inflação do setor de saúde que, historicamente, costuma superar a inflação geral medida pelo INPC. Assim, o reajuste dos benefícios não acompanha o aumento de custos de medicamentos e serviços de saúde, que impacta justamente aposentados e trabalhadores em benefício por incapacidade, resultando na insuficiência do valor para arcar com as despesas de saúde. Isso impacta diretamente o orçamento de aposentados e pensionistas, que precisam buscar alternativas como redução de despesas, rendas complementares ou maior dependência de suporte familiar.

O reajuste do salário mínimo para 2025 foi de 7,5% passando para R$ 1.518,00, ou seja, esse será o piso dos benefícios previdenciários. Já o reajuste dos demais benefícios foi de 4,77%. Dessa forma, o teto máximo a ser pago pelo INSS será de R$ 8.157,41. Esse também será o valor máximo do salário de contribuição dos segurados que pagam contribuição previdenciária. A tabela abaixo explica melhor: 

Remuneração (R$)  Alíquota 
Até 1.518,00  7,5% 
De 1.518,01 a 2.793,88  9% 
De 2.793,89 até 4.190,83  12% 
De 4.190,84 até 8.157,41  14% 

É importante, por fim, esclarecer que essa tabela é progressiva, ou seja, a alíquota incide apenas sobre cada faixa de contribuição.

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