Morre o querido jornalista Léo Batista, aos 92 anos

Ele havia sido internado com diagnóstico de câncer.

O Brasil perdeu neste domingo (19) uma das vozes mais marcantes da história do jornalismo brasileiro. Léo Batista, apresentador e locutor que dedicou mais de sete décadas à comunicação, faleceu aos 92 anos no Hospital Rios D’Or, no Rio de Janeiro, onde estava internado desde o início de janeiro.

Nascido João Baptista Belinaso Neto em Cordeirópolis, interior de São Paulo, Léo iniciou sua jornada profissional de maneira humilde, como locutor de alto-falantes em sua cidade natal. Filho de imigrantes italianos, abandonou o colégio interno aos 14 anos para auxiliar sua família, trabalhando inicialmente como garçom antes de encontrar sua verdadeira vocação.

Sua trajetória na comunicação começou nos anos 1940, quando venceu um concurso para locutor do serviço de alto-falantes local. Logo após, sua voz inconfundível ecoou por diversas rádios do interior paulista, onde desenvolveu suas habilidades como narrador esportivo e jornalista.

O ano de 1952 marcou sua mudança para o Rio de Janeiro, onde foi contratado pela Rádio Globo. Foi neste período que adotou o nome artístico Léo Batista, escolhido através de uma votação entre colegas que consideraram seu nome original pouco radiofônico. A mudança foi tão significativa que até mesmo seus familiares passaram a chamá-lo exclusivamente pelo novo nome.

Um dos momentos mais marcantes de sua carreira ocorreu em 24 de agosto de 1954, quando noticiou em primeira mão o suicídio do presidente Getúlio Vargas, enquanto estava de plantão na Rádio Globo. Este acontecimento histórico consolidou sua reputação como um dos principais comunicadores do país.

Na televisão, Léo Batista construiu uma carreira ainda mais impressionante, permanecendo por 55 anos na TV Globo. Durante este período, sua voz e presença se tornaram familiares para milhões de brasileiros, participando de praticamente todos os telejornais da emissora.

Sua estreia no jornalismo esportivo televisivo foi memorável, narrando uma partida entre São Cristóvão e Bonsucesso no Maracanã. A partir dali, tornou-se uma referência no segmento, conquistando o respeito de colegas e a admiração do público com seu estilo único de narração.

O legado de Léo Batista transcende o jornalismo esportivo, representando um período áureo da comunicação brasileira. Sua dedicação à profissão, que se estendeu até pouco antes de sua internação, serve como inspiração para gerações de comunicadores, demonstrando como paixão e profissionalismo podem transformar uma carreira em um verdadeiro marco na história do jornalismo nacional.

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