
A viagem de oito vereadores de Mafra a Brasília comprometeu o funcionamento da Câmara e gerou um gasto de quase R$ 50 mil em recursos públicos.
Devido à ausência da maioria dos parlamentares, a sessão ordinária desta segunda-feira (20), foi cancelada por falta de quórum.
Os vereadores estão participando da XXVI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, promovida pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que iniciou nesta segunda-feira (19).
Fazem parte da comitiva os vereadores Dircelene Dittrich Pinto (Republicanos), Everton Demetrio (MDB), João Carlos Reiser (Republicanos), Miriam Clara Schloegl (PRD), João Celso Cardoso (MDB), Rafael Augusto Cavalheiro (MDB), Ronaldo de Mello Wolski (PL) e Valdir Sokolski Junior (Republicanos).
Segundo informações do portal de transparência da Câmara, cada vereador recebeu quatro diárias no valor de R$ 880,00, totalizando R$ 3.520,00 por parlamentar. Somente com diárias, o custo total é de R$ 28.160,00.
A justificativa registrada no portal afirma: “solicitação de 4 diárias com destino a Brasília/DF, com saída prevista para às 2 horas do dia 19/05/2025 e retorno previsto para às 2h30 do dia 23/05/2025”.
Além disso, a Câmara contratou, por dispensa de licitação, uma agência de viagens de Canoinhas para fornecer passagens e taxas de embarque, com custo adicional de R$ 16.926,00. Os valores incluem:
– 8 passagens de ida a R$ 1.293,90 cada (R$ 10.351,20)
– 8 passagens de volta a R$ 558,90 cada (R$ 4.471,20)
– 8 taxas de embarque de ida a R$ 46,72 cada (R$ 373,76)
– 8 taxas de embarque de volta a R$ 30,95 cada (R$ 247,60)
– 8 taxas de serviço da agência a R$ 185,28 cada (R$ 1.482,24)
Opinião
A “Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios” é, sem dúvidas, um evento de relevância nacional, promovido pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), com foco na articulação política e no fortalecimento da pauta municipalista. No entanto, a decisão de enviar oito vereadores – a maioria da Câmara – levanta questionamentos legítimos: seria realmente necessária a presença de tantos representantes? Quais resultados concretos essa comitiva trará para Mafra?
Embora a participação no evento possa ser institucionalmente justificável, o modo como a viagem foi conduzida – com alto custo, cancelamento de sessão ordinária e contratação de agência por dispensa de licitação – evidencia um distanciamento entre as ações do Legislativo e os princípios da economicidade, transparência e compromisso com o interesse público esperados pela população mafrense.
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