O anúncio de investimentos bilionários da China no Brasil marca um novo capítulo na relação entre os dois países. Durante a visita da comitiva brasileira à China, liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi formalizado um pacote de aportes em setores estratégicos que somam R$ 27 bilhões. A negociação aconteceu em meio a um fórum empresarial em Pequim e envolveu dezenas de autoridades e representantes de empresas.
Pontos Principais:
- China anunciou R$ 27 bilhões em investimentos no Brasil.
- Projetos incluem carros elétricos, energia limpa e delivery.
- Empresas como GAC, GWM, Meituan, CGN e Baiyin estão envolvidas.
- ApexBrasil mapeou 400 oportunidades de negócios bilaterais.
O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações (ApexBrasil), Jorge Viana, foi quem apresentou os valores após os encontros entre empresários e políticos dos dois países. Segundo ele, a China tem demonstrado interesse em ampliar sua presença econômica no Brasil, focando em áreas como energia renovável, tecnologia, transporte urbano e cadeia industrial ligada à sustentabilidade.
A movimentação ocorre em meio a um contexto de reaproximação política e comercial, reforçado pela recente visita do presidente Lula à Rússia e, posteriormente, à China. Além da parte comercial, o governo brasileiro pretende ampliar o fluxo turístico e as conexões aéreas entre os dois países, aprofundando as relações bilaterais.
Setores estratégicos para os aportes

Os aportes anunciados contemplam áreas distintas da economia brasileira, com foco em transição energética, mobilidade urbana e expansão industrial. A montadora chinesa GAC destinou R$ 6 bilhões para a ampliação de suas operações no Brasil, o que inclui infraestrutura local e possível produção de veículos elétricos. Já a Meituan, gigante do setor de delivery, confirmou o início das atividades com o app Keeta e expectativa de geração de até 104 mil empregos diretos e indiretos.
- Meituan investe R$ 5,6 bilhões e lança Keeta no Brasil para desafiar domínio do iFood no delivery nacional
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A estatal CGN, do setor energético, direcionará R$ 3 bilhões para a instalação de um hub de energia limpa no estado do Piauí, com foco em usinas solares e eólicas. A Envision, por sua vez, anunciou um projeto de parque industrial “net-zero”, com investimentos de até R$ 5 bilhões voltados à produção de hidrogênio verde, amônia verde e combustíveis sustentáveis de aviação.
- R$ 6 bilhões da GAC em mobilidade elétrica
- R$ 5 bilhões da Meituan no setor de delivery
- R$ 3 bilhões da CGN em energia renovável no Piauí
- R$ 5 bilhões da Envision em combustíveis limpos
Expansão em mineração, tecnologia e indústria
Na área de mineração, o grupo Baiyin Nonferrous oficializou a compra da mina de cobre Serrote, localizada em Alagoas, com investimento de R$ 2,4 bilhões. A iniciativa reforça o papel do Brasil como fornecedor de insumos estratégicos para a indústria chinesa. A rede chinesa Mixue, especializada em bebidas e sorvetes, também confirmou sua chegada ao país, com R$ 3,2 bilhões de aporte e meta de gerar até 25 mil empregos até o final da década.
A Longsys, ligada ao setor de semicondutores, pretende investir R$ 650 milhões na ampliação de fábricas em São Paulo e no Amazonas. Também houve anúncio de uma parceria entre a brasileira Nortec Química e farmacêuticas chinesas para instalar uma plataforma industrial de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs), no valor de R$ 350 milhões.
- Compra da mina Serrote em Alagoas
- Entrada da Mixue no mercado brasileiro
- Ampliação de fábricas de semicondutores
- Nova plataforma de produção de IFAs
Perspectivas e acordos em andamento
A agenda da comitiva brasileira ainda inclui reuniões com o presidente chinês Xi Jinping e encontros bilaterais entre ministros. Há expectativa de assinatura de novos acordos comerciais e parcerias para a promoção de produtos brasileiros em território chinês, como o café nacional, o cinema brasileiro e itens do varejo. A ApexBrasil também projeta a inauguração de um escritório voltado ao setor de carnes em Pequim, para facilitar o comércio do agronegócio.
Segundo o presidente Lula, a China passou a ser o principal investidor asiático no Brasil na última década, saltando da 14ª para a 5ª posição no ranking de investimentos diretos no país. O governo brasileiro enxerga na guerra comercial entre Estados Unidos e China uma oportunidade para ampliar a presença de produtos nacionais no mercado asiático.
A visita à China também envolve encontros com representantes da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), com vistas a fortalecer alianças comerciais regionais e atrair novos investimentos para a América Latina como um todo.
Fonte: Gov, Agenciabrasil e G1.
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