Pampa, defesa necessária

O Pampa é um dos biomas que mais vêm perdendo vegetação nativa. Por ser uma área onde predominam os campos, o Pampa tem passado quase invisibilizado, como se ali não houvesse uma riquíssima biodiversidade. Levantamentos atestam que em um metro quadrado de pampa podem ser encontradas mais de 50 espécies vegetais, com toda fauna que ali coexiste. Esta realidade evidencia-se demonstrada em estudos, alguns dos quais foram trazidos ao exitoso 13º Fórum Internacional do Meio Ambiente (Fima), promovido nos dias 26 e 27 de março último, pela Associação Riograndense de Imprensa (ARI).

Segundo a pesquisadora e reconhecida defensora do Bioma Pampa, a bióloga Luiza Chomenko, que coordenou o painel Projetos e práticas que interferem na conservação do Pampa, precisamos, entre outras iniciativas, “levar ao grande público informações relevantes sobre o Pampa, a fim de mobilizar forças comuns sobre, por exemplo, as consequências das mudanças climáticas”, temática trazida ao Fórum pelo glaciologista Jefferson Cardia Simões e pelo climatologista Francisco Eliseu Aquino.

O que estamos fazendo com a terra dos Minuanos e Charruas, onde a identidade gaúcha foi forjada e que abriga o rio mais bonito de nosso Estado: o Camaquã?

O que estamos deixando de fazer pelos angicos ancestrais que ainda sobrevivem nas franjas do rio encantado? Por que temos tanta dificuldade em compreender que a biodiversidade dos campos sulinos não perde em nada para os demais biomas brasileiros? Há que nos ativarmos em defesa do Pampa, antes que este se transforme num álbum de fotografias de um passado que se perdeu. Até quando resistirão os campos sulinos com seus capões e banhados, que ainda insistem em não se render à soja? Até quando fluirá o Rio Camaquã de tantos mistérios e cenários deslumbrantes, ou as barragens acabarão tolhendo sua liberdade?

E AS ABELHAS? – Durante o evento sobre o Pampa, a sra. Vera Colares, presidente da Associação para Grandeza e União de Palmas (Agrupa), ela própria uma pecuarista familiar, trouxe a questão do crescente desaparecimento das abelhas. Falou das pitangueiras e suas flores, das plantas pampianas, quase vertidas em saudosa memória. Como não associar as abelhas ao mel que os angicos nativos prodigalizam?

ESPERANÇA, SEMPRE! – Por vezes, ao ver os vazios no Cinturão Verde, o descuido com o Pampa e demais ecossistemas, bate a sensação de que estamos perdendo, perdendo… Todavia, ao contrário do que alguns inescrupulosos querem, a natureza vai seguir em frente. Fica cada vez mais evidente que é necessário valorizar as iniciativas preservacionistas. Daqui a pouco, quem sabe, também os degradadores se convertam. Nesse tempo, as abelhas e os angicos nos agradecerão com um brinde de néctar jamais experimentado.

MANIFESTO ECOLÓGICO – Impressiona a qualidade musical e a profundidade das letras autorais do trio formado pelos irmãos Roberto e Ricardo Pohlmann e pelo músico Diego Maracci. Entre outros temas, a banda “Ramal 314” entoa o Cinturão Verde, o Botucaraí e reafirma Lutzenberger, que vigilante nos observa do alto de uma coxilha pampiana.

PLÁTANOS PASCAIS – Em Linha Pomeranos, município de Agudo, os plátanos em frente à morada de dona Lira e seu Laurindo Beling, também da Daniela e da Luna, farfalham receptivos à espera do Romar, jornalista e gestor de Conteúdo Multimídia da Gazeta, agraciado com a Medalha Alberto André, concedida pela Associação Rio-grandense de Imprensa (ARI) no dia 7 deste abril Pascal. Cumprimentos extensivos a todos(as) os(as) jornalistas, aos comunicadores(as) e suas equipes. Que o tempo Pascal nos mobilize fraternalmente em nossa casa comum, a natureza.

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