Sistema ‘intrusivo’ de alerta de desastres será usado também em barragens; governo planeja testes

Órgãos do governo se reúnem nesta segunda (16) para estruturar estratégias e definir datas. Previsão é que a tecnologia seja aplicada, inicialmente, nas 21 barragens. O sistema de alertas de desastres climáticos do governo federal será ampliado para as barragens brasileiras. Nesta segunda-feira (19), órgãos se reúnem para estruturar estratégias e agendar testes.
A previsão é que a tecnologia seja aplicada, inicialmente, nas 21 barragens do Projeto de Integração do Rio São Francisco.
Na semana passada, o governo federal fez os primeiros testes do sistema em várias cidades brasileiras, quando moradores dessas regiões receberam mensagens “intrusivas” nos celulares.
Na prática, um alerta, com som, “pula” na tela do celular, se sobrepondo aos demais aplicativos. As pessoas não precisam fazer cadastro para receber os avisos.

‘Alerta invasivo’ nos celulares: veja como vai ser
Na reunião desta segunda, está prevista a presença de representantes dos seguintes órgãos e entidades:
Ministério do Desenvolvimento Regional (MIDR)
Agência Nacional de Água e Saneamento (ANA)
da Secretaria Nacional de Segurança Hídrica (SNSH)
“Têm 21 barragens que estão ali em território pernambucano, paraibano, no Rio Grande do Norte, no Ceará (…). Nessas 21 barragens nós já vamos disponibilizar também a utilização dessa tecnologia, porque eles já têm planos de segurança e plano emergencial, e a gente vai fornecer o sistema de alerta precoce”, explicou o ministro do MIDR, Waldez Goes.
O objetivo nesta nova etapa do sistema, chamado de “Defesa Civil Alerta”, é reduzir as chances de desastres como a que ocorreu em Brumadinho, Minas Gerais, em 2019, que matou 270 pessoas e três desaparecidos.
Segundo o governo, a ideia é expandir o projeto para todas as barragens do Brasil.
A próxima rodada de reuniões prevista envolve o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) e a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). No entanto, ainda não há data definida.
“Nessas barragens, a gente, às vezes, tem possibilidade de eventos tecnológicos [que não são causados pela natureza] e podem colocar em risco a vida das pessoas”, destaca Waldez.
Cinco anos depois famílias de vítimas de Brumadinho cobram por justiça
Setor privado
A terceira rodada de reuniões vai considerar o barramento do setor privado e vai incluir autoridades do Ministério de Minas e Energia (por conta das hidrelétricas), MIDR e da Agência Nacional de Saúde (ANS).
Os responsáveis pelas barragens deverão gerenciar os alertas para que a população impactada pelos empreendimentos possa se proteger em caso desses eventos que não são causados pela natureza.
“Os monitoramentos são feitos. Esperamos não utilizar nunca, mas se um dia tiver que utilizar, a informação, o monitoramento e alerta devem chegar com antecedência, e as pessoas saberem para onde ir, para não acontecer o que aconteceu em Brumadinho”, reforçou o ministro.
A ideia é que o processo de uso do sistema seja feito de forma gradual e permanente. 
“Vai começar e todo ano ampliar o serviço.  Qualquer público ou privado para usar a tecnologia terá de ter uma certificação com condicionantes que precisam ser cumpridos.  O objetivo é diminuir ao máximo perda de vidas e de patrimônio”, completou Waldez.

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