Suspeito de matar cabeleireira com golpes no rosto é preso em Teresina


Aryadina Montenegro foi encontrada morta com o rosto repleto de hematomas, possivelmente causados por pedradas, na manhã de 22 de julho, a poucas ruas de casa, no bairro São Joaquim. Cabelereira é encontrada morta com rosto desfigurado em Teresina
Reprodução/Redes sociais
Um homem foi preso nesta quinta-feira (15) suspeito de matar a cabeleireira Aryadina Montenegro, de 23 anos. Em depoimento, o homem negou a autoria do crime.
Aryadina Montenegro foi encontrada morta com o rosto repleto de hematomas, possivelmente causados por pedradas, na manhã de 22 de julho, a poucas ruas de casa, no bairro São Joaquim.
Segundo a delegada Nathália Figueiredo, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o homem foi filmado pelas câmeras de segurança de um posto de gasolina na companhia da vítima, poucos minutos antes do crime.
Em depoimento, o homem confessou que é quem aparece no vídeo com Aryadina, mas negou que tenha matado a cabeleireira.
Ainda segundo a delegada Nathália, a motivação do crime ainda não foi esclarecida. A investigação continua.
Compartilhe esta notícia no WhatsApp
Compartilhe esta notícia no Telegram
Em entrevista durante o velório de Aryadina, em 23 de julho, a diretora de Promoção da Cidadania LGBTQIA+/SUDH, da Secretaria da Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos, Joseane Borges, comentou que o assassinato tem características de crime de ódio motivado pelo fato de ela ser uma mulher trans.
“Colhemos informações da vizinhança, e a gente viu que ela não tinha nenhum histórico de perversão na sociedade. Por isso que a gente está vendo que pode se tratar de um caso de transfobia”, comentou Aryadina.
‘Por que essa perversidade?’, questiona
Família e amigos velam corpo de cabelereira assassinada na Zona Norte de Teresina
Pedro Lima/ g1 Piauí
Aryadina Montenegro foi velada em um clube no bairro São Joaquim, Zona Norte de Teresina, com a presença de familiares e amigos no dia seguinte ao assassinato. Aryadina nasceu e cresceu no bairro São Joaquim, e foi assassinada a pouco menos de 1 quilômetro de distância da casa onde morava e onde funcionava seu salão de beleza.
✅ Siga o canal do g1 Piauí no WhatsApp
Desconsolada pela perda, a mãe de Aryadina, que pediu para não ser identificada, relembrou em conversa com o g1 a última mensagem que recebeu da filha, e disse não entender porque a filha foi assassinada.
“Estou estraçalhada, destroçada. Só ficou a dor, a lembrança, a saudade, e a pergunta: por que fizeram isso? Por que judiaram tanto, por que essa perversidade?”, perguntou a mãe de Aryadina.
Joseane Borges, diretora de Promoção da Cidadania LGBTQIA+/SUDH, da Secretaria da Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos
Pedro Lima/ g1 Piauí
Para a diretora de Promoção da Cidadania LGBTQIA+/SUDH, da Secretaria da Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos, Joseane Borges, o assassinato de Aryadina tem características de crime de ódio motivado pelo fato de ela ser uma mulher trans.
Segundo Joseane, Aryadina não tinha antecedentes criminais ou qualquer outro comportamento que pudesse gerar outra motivação para o assassinato cometido de forma violenta.
“Colhemos informações da vizinhança, e a gente viu que ela não tinha nenhum histórico de perversão na sociedade. Por isso que a gente está vendo de se tratar de um caso de transfobia”, comentou Aryadina.
Joseane lembrou ainda que em 2023 o Brasil foi, pelo 15º ano seguido, o país que mais mata a população de transsexuais e travestis no mundo. “E eles matam pelo simples fato de existir. Essa é a única hipótese que temos no momento [de que o assassinato de Aryadina foi motivado por transfobia]”, declarou.
Leia também:
145 pessoas trans foram assassinadas em 2023, segundo associação
Em Teresina: Travesti que foi torturada em 2021 é encontrada morta com sinais de espancamento
Em 2023, 145 pessoas trans foram assassinadas no Brasil. O país ficou à frente do México e dos Estados Unidos no ranking dos assassinatos de pessoas trans em 2023 elaborado pela ONG Transgender Europe, que monitora 171 nações.
Ao todo, 321 mortes foram contabilizadas em todo o mundo entre outubro de 2022 e setembro de 2023, que é o período de coleta de dados anual da organização internacional.
📲 Confira as últimas notícias do g1 Piauí
📲 Acompanhe o g1 Piauí no Facebook, no Instagram e no X
VÍDEOS: Assista às notícias mais vistas da Rede Clube
Adicionar aos favoritos o Link permanente.