
Iniciativa homenageia Irmandade da Boa Morte, formada por mulheres negras. Programação cultural e religiosa segue até sábado (17). Taís Araújo e Lázaro Ramos participam de celebrações da Boa Morte na Bahia
Os atores Lázaro Ramos e Taís Araújo participaram da tradicional e bissecular Festa da Nossa Senhora da Boa Morte, realizada na cidade de Cachoeira, no recôncavo da Bahia, na quarta-feira (14).
Vestidos de branco, o casal participou de uma missa e acompanhou o segundo dia de festejos do evento, que é patrimônio imaterial do estado desde 2010. A programação cultural e religiosa segue até sábado (17).
Lázaro Ramos e Taís Araújo participam da Festa da Boa Morte na Bahia
Reprodução/TV Bahia
A iniciativa homenageia a Irmandade da Boa Morte, formada por mulheres negras. Trata-se de uma confraria afrocatólica brasileira que, por muito tempo, foi responsável pela alforria de inúmeros negros escravizados.
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A festa acontece sempre em agosto, mês dedicado à Nossa Senhora, reunindo cultura e religião em manifestações de fé, respeito e solidariedade, para lembrar a luta e resistência do povo negro. Todos os anos, os festejos atraem turistas do Brasil e do mundo para a cidade.
Programação
Festa da Boa Morte, em Cachoeira, na Bahia, antes da pandemia do novo coronavírus
Jomar Lima/Divulgação
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Irmandade da Boa Morte
Mulheres que integram Irmandade da Boa Morte, durante festa na Bahia
Jomar Lima/Divulgação
Não há uma data precisa sobre o surgimento da irmandade. Pesquisadores apontam que os primeiros sinais do grupo são de 1810, em Salvador, a partir de mulheres escravizadas oriundas de países africanos.
O grupo, que atuava para alforriar escravos, foi extinto por causa de perseguições, que fizeram com que algumas irmãs fossem para Cachoeira, cidade que, na época, gozava de uma economia pujante. Em 1840, elas retomaram as atividades.
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O nome da irmandade foi escolhido porque quando os negros eram maltratados – o que era comum nos séculos passados – sempre pediam para terem uma boa morte. Muitos pediam a interseção de Maria, para morrerem bem junto a ela.
O grupo já chegou a ter 150 integrantes, com posições passada entre gerações. Apesar do número relativamente expressivo, essas mulheres precisaram lutar para cultuar uma santa católica, sem deixar de lado a ancestralidade do povo preto, portanto, mantiveram o culto aos orixás das religiões de matriz africana.
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