Na noite de terça-feira, no estádio do Morumbis, a vitória do São Paulo sobre o Talleres por 2 a 1 na Conmebol Libertadores foi marcada por uma acusação de xenofobia. Durante a comemoração do segundo gol do Tricolor, o lateral-esquerdo Navarro, do Talleres, relatou ter sido chamado de “venezuelano morto de fome” pelo volante paraguaio Bobadilla. O episódio ganhou contornos de polêmica e reacendeu o debate sobre discriminação no futebol sul-americano.
Pontos Principais:
- Navarro acusou Bobadilla de xenofobia durante vitória do São Paulo.
- O jogador chorou em campo e registrou queixa na Polícia Militar.
- Bobadilla não foi ouvido e o São Paulo não comentou o caso.
- A Conmebol deve investigar a acusação nos próximos dias.
Navarro, visivelmente emocionado, chorou em campo após a discussão com Bobadilla. Jogadores do São Paulo e o árbitro da partida precisaram intervir para convencê-lo a continuar no jogo, que chegou a ficar paralisado por quatro minutos. A repercussão foi imediata, com o atleta do Talleres buscando a Polícia Militar dentro do estádio para registrar um boletim de ocorrência contra o paraguaio.
A manifestação de Navarro nas redes sociais foi contundente. Ele afirmou que seguirá até as últimas consequências, destacando que jamais se envergonharia das suas origens. A publicação ganhou apoio de colegas e de torcedores que se solidarizaram com o jogador venezuelano, repudiando a fala de Bobadilla.
Acusações e depoimentos
A confusão teve início aos 41 minutos do segundo tempo, durante a comemoração do gol que garantiu a vitória ao São Paulo. Navarro alegou que Bobadilla fez o comentário xenofóbico, deixando-o visivelmente abalado. Segundo relatos, o jogador do Talleres insistiu em sua versão mesmo após a partida.
Após o apito final, Navarro seguiu para o Jecrim (Juizado Especial Criminal), onde registrou ocorrência e prestou depoimento. Durante o depoimento, voltou a se emocionar e reiterou que pretende levar a denúncia adiante. Em campo, o lateral foi consolado até por jogadores do São Paulo e continuou a partida, mesmo com a visível emoção.
A Polícia Militar chegou a procurar Bobadilla no vestiário para ouvir sua versão dos fatos, mas o jogador paraguaio já havia deixado o local. A diretoria do São Paulo optou por não se manifestar sobre o episódio até que haja um esclarecimento oficial por parte das autoridades e da Conmebol.
Posicionamentos de clubes e reações
O Talleres divulgou nota oficial em apoio ao lateral Navarro, expressando solidariedade e destacando a importância de combater qualquer forma de discriminação. A nota ressaltou que o futebol deve servir como ferramenta de integração, e que o clube seguirá trabalhando para que valores como respeito e união prevaleçam.
O técnico do Talleres, Mariano Levisman, também se manifestou em entrevista coletiva após a partida. Segundo ele, atos discriminatórios como o que ocorreu não podem ser ignorados e merecem atenção por parte das autoridades e das entidades responsáveis pelo futebol. Ele afirmou que Navarro e outros jogadores ouviram comentários ofensivos durante o jogo.
No Brasil, o tema gerou discussão imediata entre torcedores e profissionais do esporte. Muitos cobraram ações efetivas das autoridades e reforçaram a necessidade de combater o preconceito em todas as suas formas. A Conmebol ainda não se pronunciou sobre o caso, mas deve acompanhar o desenrolar da denúncia.
O resultado em campo e o futuro na Libertadores
A vitória por 2 a 1 consolidou o São Paulo como líder do grupo D, com 14 pontos somados. O time comandado por Zubeldía segue invicto na competição e espera agora o sorteio das oitavas de final, que ocorrerá na segunda-feira. Apesar do clima de tensão no Morumbis, o Tricolor assegurou sua vaga sem derrotas na fase de grupos.
O Talleres, mesmo derrotado, também garantiu a classificação para as oitavas. O desempenho do time argentino ao longo da fase de grupos garantiu a vaga, ainda que a derrota para o São Paulo tenha exposto problemas que vão além do campo. O caso de xenofobia se tornou o principal tema do pós-jogo, ofuscando a classificação das duas equipes.
Navarro segue concentrado no caso que envolve o volante Bobadilla, com a promessa de não recuar em sua denúncia. A expectativa é de que as autoridades brasileiras e a Conmebol deem continuidade à apuração, com possíveis desdobramentos disciplinares para o jogador do São Paulo.
- Navarro, do Talleres, acusou Bobadilla de xenofobia durante a vitória do São Paulo.
- O venezuelano prestou queixa à Polícia Militar e promete seguir com a denúncia.
- O Talleres divulgou nota oficial repudiando o ato e prestando solidariedade ao atleta.
- Bobadilla não foi ouvido pela polícia e deixou o estádio antes do depoimento.
- São Paulo venceu o jogo por 2 a 1 e se classificou em primeiro lugar no grupo D.
Próximos passos e repercussão
As próximas semanas devem definir o andamento das investigações e as possíveis consequências para Bobadilla e o São Paulo. A Conmebol costuma tratar casos de xenofobia e racismo com rigor, podendo aplicar punições que vão desde multas até suspensões de atletas.
A repercussão também levanta discussões sobre o papel dos clubes e das confederações na prevenção de episódios como o ocorrido no Morumbis. A solidariedade demonstrada por companheiros de Navarro e por torcedores reforça a importância do respeito no esporte.
Navarro, por sua vez, deixa claro que não vai recuar. O jogador reiterou nas redes sociais que não permitirá que o preconceito apague sua trajetória ou o orgulho que sente por representar seu país. A questão permanece aberta, aguardando os próximos passos da apuração pelas autoridades competentes.
Fonte: Ge, Espn e Uol.
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