Líder de facção preso no Brasil por contrabando de ouro na Venezuela coloca tornozeleira em sósia e foge


Juan Gabriel Rivas Nunez, conhecido como ‘Juancho’, liderava a facção Banda de Juancho, uma das maiores organizações criminosas do estado Bolívar. Extradição para a Venezuela havia sido autorizada pelo STF Juan Gabriel Rivas Nunez, de 43 anos, conhecido como Juancho lidera a facção Banda de Juancho, na Venezuela e está foragido
Reprodução
O líder de facção Juan Gabriel Rivas Nunez, de 43 anos, preso por comandar um esquema de contrabando de ouro na Venezuela, fugiu após retirar a tornozeleira eletrônica e colocar em um sósia. Juancho, como é conhecido, cumpria prisão domiciliar na casa em que vivia, no Paraviana, bairro nobre de Boa Vista, na zona Leste.
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🔎 Juan Gabriel agora está foragido. Ele é conhecido “Juancho” na Venezuela, onde lidera a facção Banda de Juancho, uma das maiores organizações criminosas do estado Bolívar, com domínio sobre importantes minas de ouro da região da cidade venezuelana de Las Claritas. Ele é investigado por crimes como homicídio, tráfico de armas, extorsão e conflitos com comunidades indígenas, incluindo ataques ao povo Arawaco, em 2022.
⛏️ Segundo a Justiça venezuelana, Juancho chefiava uma quadrilha armada dedicada ao contrabando de ouro e outros materiais estratégicos. Juancho também é acusado de usar ao menos duas identidades falsas para fugir. A Venezuela o incluiu na lista de foragidos da Polícia Internacional (Interpol).
🔎 A prisão de Juan Gabriel no Brasil ocorreu em novembro de 2023. A extradição dele para o país natal já havia sido deferida pelo ministro Nunes Marques do Supremo Tribunal Federal (STF).
A fuga aconteceu no dia 10 de maio deste ano, quando equipes da Central de Monitoramento Eletrônico (CME) foram à casa de Juancho morava com a esposa e quatro filho na capital roraimense para trocar o equipamento.
No local, os agentes constataram que Juan Gabriel não estava presente e que outra pessoa com características parecidas com a de Juancho usava a tornozeleira eletrônica. Antes da chegada dos agentes, o sósia já havia fugido do local sem o equipamento.
A ocorrência foi registrado na Polícia Federal e comunicado à Vara de Execuções Penais (VEP), além de ser informado ao STF.
Segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania de Roraima (Sejuc), diligências seguem em andamento para localizar tanto Juan Gabriel quanto o sósia que utilizava a tornozeleira eletrônica no dia da fuga.
O caso também está sendo apurado com a empresa responsável pelo fornecimento do equipamento, para verificar se houve falha no monitoramento.
A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar os crimes relacionados à fuga, incluindo possível falsidade ideológica e fraude na execução penal. A Corregedoria da Sejuc também acompanha o caso.
Extradição aprovada pelo STF
Quando foi preso, Juancho foi levado à Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc) em cumprimento a um mandado expedido pela Superintendência da Polícia Federal em Roraima.
O governo da Venezuela havia solicitado formalmente a extradição, o que levou o Supremo Tribunal Federal a analisar o caso. Em abril de 2025, o ministro Nunes Marques deferiu o pedido, impondo condições como a não aplicação de penas proibidas pela legislação brasileira, como prisão perpétua, e o respeito ao limite de 30 anos de reclusão.
A entrega do venezuelano dependia de garantias formais do governo venezuelano. Em 5 de janeiro deste ano, a prisão preventiva foi convertida em prisão domiciliar com monitoração eletrônica, com base em decisão Justiça de Roraima, na Comarca de Boa Vista.
Após ser liberado por alvará de soltura e iniciar a prisão domiciliar, manteve o bom comportamento até abril deste ano, quando passou a ter violações registradas no sistema. A conduta foi reclassificada como “regular”, voltando a ser considerada “boa” em fevereiro, e, após a fuga, “má”.
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