Ser contratado por uma emissora do porte da TV Globo é considerado por muitos artistas um dos ápices da carreira na televisão brasileira. No entanto, nem sempre essa trajetória é marcada apenas por êxitos e reconhecimento. Alguns profissionais, após anos de dedicação e papéis memoráveis, se despediram da emissora carregando mágoas profundas, e seus casos tornaram-se exemplos emblemáticos de relações que não terminaram bem.
Pedro Paulo Rangel e a dor da despedida
Pedro Paulo Rangel, ator de destaque em diversas novelas, faleceu em 2022, aos 74 anos, com ressentimentos em relação à emissora onde atuou por quatro décadas. Seu desligamento ocorreu em 2013, em meio a uma série de cortes promovidos pela empresa. Anos depois, ele relembrou com tristeza: “Na época, fiquei muito magoado”. Rangel ficou eternizado por personagens como Polyana, em Vale Tudo, e Gigi, em Belíssima, além de protagonizar o primeiro nu masculino da teledramaturgia, interpretando Juca em Gabriela.
Outro caso marcante é o de Jô Soares, que anunciou o fim de seu programa em 2016, sugerindo que a decisão fora tomada em comum acordo com a emissora. No entanto, após sua morte, em 2022, aos 84 anos, vieram à tona relatos de que o afastamento da televisão o deixou profundamente abalado. Nilton Travesso, amigo pessoal e diretor, revelou que Jô ficou triste com a saída e que essa situação afetou muito seu estado emocional.
Outros artistas que se despediram magoados
Gilberto Braga, um dos maiores autores da teledramaturgia nacional, responsável por obras como Vale Tudo e Dancin’ Days, terminou sua trajetória profissional abalado com o fracasso de Babilônia, novela que enfrentou forte rejeição do público. Ele se sentiu humilhado e desgostoso com as interferências da Globo em seu trabalho. Seu último projeto, Fogueira das Vaidades, foi cancelado pouco antes de sua morte, em 2021, aos 75 anos.
Chico Anysio, um dos maiores nomes do humor brasileiro, passou seus últimos anos de vida afastado dos estúdios da Globo. De acordo com sua viúva, Malga Di Paula, ele ficou dez anos sem espaço na emissora devido a uma suposta crítica que fez.
Chico faleceu em 2012, aos 80 anos, cercado de homenagens póstumas, mas também de uma tristeza profunda por ter sido mantido longe da televisão à qual dedicou grande parte de sua carreira.
