Sundar Pichai: o que pensa o chefão do Google sobre regulação e gasto de energia da IA


Presidente-executivo do Google conversou com jornalistas de diversos países — entre eles, o g1 — durante evento em que empresa anunciou novidades no campo da inteligência artificial. Sundar Pichai recebe a imprensa mundial na sede do Google, na California.
Darlan Helder/g1
Sundar Pichai, presidente-executivo do Google, acredita ser preciso incentivar investimentos em fontes de energia limpa e renovável para atender à alta demanda de energia da inteligência artificial (IA), foco da empresa em produtos como o assistente Gemini.
Em conversa com jornalistas durante o Google I/O, nos Estados Unidos, na qual o g1 esteve presente, o executivo citou como exemplo um centro de dados da empresa em Nevada, alimentado em grande parte por energia geotérmica, método que gera eletricidade a partir do calor do interior da Terra.
O consumo elevado de energia e água por sistemas de IA é um tema que tem ganhado cada vez mais atenção por conta de modelos capazes de gerar conteúdo, como o ChatGPT, lançado pela OpenAI em 2022, e o Gemini, de 2023.
O Google, por exemplo, afirma ter consumido 6,4 bilhões de galões de água (ou 24 bilhões de litros) para manter sua infraestrutura em 2023. É o maior volume registrado desde 2019, antes do lançamento do Gemini, como mostrou uma reportagem do g1 publicada neste mês.
(O repórter viajou para o evento a convite do Google.)
Sundar Pichai com influenciadores na sede do Google, na California.
Darlan Helder/g1
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Para o chefão do Google, que está há 10 anos no cargo e está prestes a se isolar como o chefe com maior tempo à frente da empresa, a humanidade é capaz de lidar com a demanda crescente da IA.
“Há muito tempo temos a tecnologia para gerar grandes quantidades de energia limpa e renovável. Por isso, acredito que essa demanda nos forçará a investir mais nessa direção. Vejam, por exemplo, quanto dinheiro está sendo direcionado para tecnologias nucleares — como pequenos reatores modulares, fusão nuclear, energia geotérmica, entre outras”, afirmou.
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O executivo descreveu o atual momento do setor de tecnologia como “incrivelmente empolgante” e disse que o Brasil é um importante mercado emergente, que pode aproveitar oportunidades com o crescimento de IA.
Em resposta a um jornalista da África do Sul, ele afirmou que empreendedores locais podem traçar seus próprios caminhos na área de IA.
“Não estamos apenas construindo produtos para o consumidor final. Estamos fornecendo soluções e tecnologia para quem precisa. Então, empreendedores na África, Indonésia, Índia, Brasil, todos podem usar essas ferramentas e se desenvolver, certo? Esse é o poder da tecnologia”, afirmou.
“Nossa filosofia, neste momento, é colocar os produtos nas mãos das pessoas o mais rápido possível — inclusive dos desenvolvedores — para que possam criar a partir deles”, completou.
Pichai também foi questionado sobre regulamentação de IA, especialmente a da União Europeia, que tem leis mais rígidas sobre o assunto, e disse que existem normas complexas em constante evolução ao redor do mundo.
Ele vê esse momento como uma “nova fronteira”, em que “às vezes surgem novas regulamentações”. Para Sundar, esses momentos sempre geram um bom intercâmbio, que faz parte do processo natural da inovação.
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