Justiça autoriza uso de força policial para desocupar a PUC-SP após protestos

A decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo autorizando a retirada forçada de estudantes que ocupam a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo marca um novo capítulo nas tensões entre movimentos estudantis e administração universitária. O protesto começou após a queda do teto de um prédio, acentuando críticas à estrutura física e institucional da universidade.

Pontos Principais:

  • Justiça de SP autoriza uso de força para desocupar PUC-SP.
  • Protestos iniciaram após a queda de teto em prédio da universidade.
  • Estudantes denunciam racismo estrutural e abandono do campus.
  • Manifestação relembra repressão durante a ditadura militar em 1977.

O juiz Marcelo Augusto Oliveira foi o responsável por emitir o mandado proibitório nesta sexta-feira (23). No documento, a Justiça relata que a ocupação ocorreu com ações consideradas agressivas, como depredação de patrimônio público, fechamento de acessos e bloqueios de entrada e saída do campus. Diante disso, foi autorizada a atuação da força policial para desocupação.

Uma ocupação estudantil na PUC-SP foi alvo de mandado judicial que autoriza o uso de força policial para a retirada dos manifestantes, após protestos contra racismo e infraestrutura precária.
Uma ocupação estudantil na PUC-SP foi alvo de mandado judicial que autoriza o uso de força policial para a retirada dos manifestantes, após protestos contra racismo e infraestrutura precária.

A movimentação estudantil começou na quarta-feira, dia 21, como resposta direta à queda do teto de um dos edifícios da instituição. A situação foi o estopim para reivindicações mais amplas, lideradas por coletivos e centros acadêmicos que também denunciam racismo acadêmico, além da deterioração da infraestrutura da universidade.

Mais de quatro estudantes já foram oficialmente intimados, e a Justiça estabeleceu um prazo de 15 dias para que apresentem suas defesas. A penalidade prevista para atos como destruição de grades ou fechamento de portas é de multa diária de R$ 5 mil, com teto de R$ 100 mil. A medida visa conter os impactos diretos e indiretos da ocupação, segundo o processo.

Em paralelo à movimentação atual, o caso reacende lembranças da histórica invasão policial ocorrida em 1977, no mesmo campus da PUC-SP. Naquele episódio, policiais liderados pelo então coronel Erasmo Dias invadiram uma assembleia estudantil, resultando em agressões e prisões arbitrárias. O episódio se tornou símbolo da repressão vivida durante o regime militar.

A PUC-SP, tradicionalmente reconhecida por abrir canais de diálogo com seus estudantes, ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso. Até o momento, a assessoria da instituição não respondeu aos pedidos de posicionamento enviados pela imprensa.

A situação também lança luz sobre o papel das universidades como espaços de debate democrático e manifestação política, em contraste com decisões judiciais que impõem limites ao direito de protesto. O caso deverá ter novos desdobramentos à medida que os prazos judiciais avancem.

Fonte: Revistaoeste e Terra.

O post Justiça autoriza uso de força policial para desocupar a PUC-SP após protestos apareceu primeiro em Carro.Blog.Br.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.