DOHA — Hugo Calderano escreveu nesta sexta-feira uma das páginas mais importantes do esporte brasileiro. Em Doha, no Catar, o mesatenista derrotou o sul-coreano An Jaehyun por 4 sets a 1 e garantiu a primeira medalha do Brasil na história do Campeonato Mundial de tênis de mesa, uma competição com quase um século de existência.
Pontos Principais:
- Hugo Calderano derrotou An Jaehyun por 4 sets a 1 nas quartas de final do Mundial.
- Com o resultado, o Brasil conquista sua primeira medalha na história do torneio.
- Calderano enfrentará Liang Jingkun na semifinal neste sábado às 11h40.
- É a melhor campanha de um brasileiro em Campeonatos Mundiais de tênis de mesa.
A vitória de Calderano não veio apenas com autoridade — ela carrega simbolismo. O Mundial, disputado desde 1926, nunca teve um brasileiro no pódio. Agora, Hugo entra para a história como o primeiro, colocando o país no radar de uma modalidade ainda dominada por asiáticos e europeus.

A campanha de Calderano até a semifinal foi irretocável. Após vencer mexicanos, tunisianos e cazaques nas primeiras rodadas, o brasileiro despachou Quadri Aruna, da Nigéria, nas oitavas, por 4 a 0. Nas quartas, venceu An Jaehyun com parciais de 11/4, 11/6, 9/11, 11/7 e 12/10, numa atuação que combinou frieza, técnica e intensidade.
O confronto teve momentos de tensão, como a paralisação provocada por An, que contestou o saque do brasileiro. Mesmo com a interrupção, Calderano manteve o foco, resistiu à pressão e impôs seu estilo agressivo, dominando a maior parte do jogo.
O resultado coloca o carioca de 28 anos diante de mais um desafio: Liang Jingkun, número 5 do mundo, será o adversário na semifinal marcada para este sábado, às 11h40 (de Brasília), com transmissão ao vivo pelo Sportv. Uma vitória poderá levar Calderano à final e consolidar ainda mais sua revolução no tênis de mesa brasileiro.
Um mês antes, o brasileiro já havia surpreendido o mundo ao conquistar a Copa do Mundo da modalidade, superando os dois chineses líderes do ranking. Naquela ocasião, Hugo se tornou o primeiro atleta fora da Ásia e Europa a levantar o troféu, repetindo agora o protagonismo num palco ainda maior.
Calderano soma seis vitórias em seis confrontos contra o sul-coreano An Jaehyun, mostrando que além da técnica, carrega confiança e conhecimento estratégico sobre seus principais adversários. Isso o torna um candidato real ao título mundial, algo impensável para o Brasil até poucos anos atrás.
O Mundial de Doha é disputado a cada dois anos e conta com 128 atletas nas chaves individuais, além de duplas e mistas. Pela sua relevância histórica, só perde em importância para os Jogos Olímpicos. Por isso, a medalha de Hugo já representa um salto imenso para o esporte brasileiro.
Ainda que o ouro não venha, a medalha de bronze — já garantida — quebra uma barreira simbólica e pavimenta o caminho para futuras gerações. Hugo não apenas disputa títulos, ele transforma expectativas. Onde antes havia participação, hoje há protagonismo.
A caminhada até aqui é fruto de uma década de evolução. Desde sua estreia em Mundiais, aos 17 anos, eliminado na primeira rodada, Calderano evoluiu ano a ano. Agora, no auge técnico e emocional, mostra que o topo não é mais um sonho distante, mas uma possibilidade concreta para o tênis de mesa do Brasil.
Fonte:Uol, Ge, Lance, CNN.
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