A mobilização dos metroviários de São Paulo ganhou novo capítulo nesta quarta-feira (21), com a realização de uma assembleia decisiva que pode levar à paralisação do serviço já na quinta-feira (22). O encontro da categoria não ocorre apenas por ocasião da campanha salarial, mas também como resposta direta ao projeto do governo Tarcísio de Freitas que pretende privatizar linhas do Metrô. O momento marca também a inauguração da nova sede do Sindicato dos Metroviários, batizada de “Espaço da Classe Trabalhadora”, após a perda do antigo prédio em 2021.
Pontos Principais:
- Assembleia dos metroviários começou às 17h30 desta quarta (21/05).
- Categoria reivindica reajuste salarial e é contra a privatização das linhas.
- Paralisação pode afetar as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata.
- Decisão sobre greve deve ser anunciada ainda nesta noite.
A cerimônia de fundação da nova sede do sindicato foi escolhida como momento simbólico para a realização da assembleia, reunindo lideranças da categoria, trabalhadores e representantes de movimentos sociais. A ideia é transformar a ocasião em um ato político contra o avanço da privatização e em defesa da valorização dos funcionários do Metrô. O clima no local é de tensão, mas também de mobilização coletiva, com discursos que reforçam a importância do metrô como serviço público essencial.

O sindicato afirma que as propostas apresentadas até agora pelo governo estadual estão longe de atender às necessidades da categoria. Entre os principais pontos de insatisfação estão a ausência de um plano de reajuste salarial realista, a falta de garantias sobre estabilidade no emprego e o avanço de medidas que esvaziam o caráter público da operação metroviária. Para os metroviários, o risco de concessão das linhas representa ameaça à qualidade do serviço e à dignidade do trabalho.
A assembleia acontece num contexto de crescente articulação entre diferentes categorias do funcionalismo paulista, incluindo professores e ferroviários da CPTM, que também têm manifestado preocupação com as medidas de desestatização do transporte público. O encontro desta quarta representa, portanto, mais que uma simples reunião sindical: trata-se de um momento estratégico de enfrentamento político entre governo e trabalhadores.
Por enquanto, o sindicato não cravou que haverá greve, mas também não descarta essa possibilidade. A pauta da assembleia está centrada na avaliação da proposta de acordo coletivo apresentada pelo Metrô, que segundo a categoria, não contempla as reivindicações mínimas. Se o plenário decidir pela paralisação, o serviço poderá ser impactado já nas primeiras horas da quinta-feira (22), com a paralisação de todas as principais linhas operadas diretamente pela companhia.
Mesmo sem uma decisão formal sobre a paralisação até o momento, a possibilidade de greve já gerou reações em redes sociais, com usuários se organizando para buscar alternativas de deslocamento. Há ainda expectativa de que o governo tente intervir judicialmente para impedir a deflagração do movimento grevista, como já ocorreu em outras ocasiões. O resultado da votação na assembleia será aguardado com atenção por toda a cidade de São Paulo.
A categoria entende que o transporte público não pode ser tratado como mercadoria e defende que o Metrô continue sendo uma empresa pública, gerida pelo Estado, com responsabilidade social. Para os metroviários, privatização significa perda de qualidade, aumento de tarifas e precarização das condições de trabalho. A decisão que será tomada nesta assembleia pode redefinir o rumo da luta contra a privatização no estado.
Fonte: UOL e Gazetasp.
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