Nos últimos anos, a Chevrolet adotou a correia dentada banhada a óleo nos motores da linha CSS Prime, aplicados em modelos como Onix, Onix Plus, Tracker e Montana. A solução técnica, que oferece ganhos de eficiência energética e redução de ruído, passou a ser motivo de preocupação entre donos desses veículos após relatos de falhas inesperadas no sistema de freios. A origem do problema, segundo especialistas e relatos de proprietários, está ligada ao entupimento da bomba de vácuo, essencial para a assistência na frenagem.
Pontos Principais:
- Falha no freio de modelos Chevrolet está ligada à degradação da correia banhada a óleo.
- Detritos da correia entopem a bomba de vácuo e comprometem a assistência de frenagem.
- GM oferece ação corretiva apenas para Onix e Onix Plus, excluindo Tracker e Montana.
- Especialistas alertam para uso severo e importância do óleo correto na manutenção.
A bomba de vácuo, que atua em conjunto com o sistema de lubrificação do motor, pode sofrer obstrução quando fragmentos da correia dentada degradada circulam com o óleo. O fenômeno ocorre principalmente em casos onde o lubrificante não atende às especificações da fabricante. Embora a General Motors afirme que a frenagem permanece eficiente mesmo diante dessas ocorrências, usuários relatam endurecimento súbito do pedal de freio, exigindo uso do freio de mão em situações emergenciais.

Diante da recorrência dos casos e da dificuldade de diagnóstico em algumas oficinas, crescem os questionamentos quanto à durabilidade real da correia banhada a óleo, aos intervalos recomendados de manutenção e às limitações da garantia, especialmente quando o veículo é adquirido usado fora da rede autorizada.
Funcionamento do sistema e causas técnicas da falha
O sistema de correia banhada a óleo difere das tradicionais correias dentadas secas por operar imerso no óleo do motor. Essa integração exige atenção à qualidade do lubrificante utilizado, pois ele entra em contato direto com o material da correia e componentes auxiliares. A menor degradação ou contaminação do óleo pode provocar desgaste precoce da correia, gerando resíduos que circulam pelo motor.
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A obstrução de dutos ocorre principalmente quando o óleo está vencido, é de especificação incorreta ou se degrada por uso severo. Nesses casos, resíduos da correia chegam até o canal de alimentação da bomba de vácuo. A peça, sem lubrificação adequada, pode superaquecer e perder eficiência, afetando diretamente o sistema de assistência ao freio, o que explica o endurecimento do pedal relatado por motoristas.
Especialistas apontam que mesmo quando a manutenção é realizada em concessionárias com o óleo indicado, o uso frequente em trajetos curtos, principalmente em áreas urbanas, pode impedir que o motor atinja a temperatura ideal. Esse cenário favorece a diluição do óleo por combustível e acelera sua contaminação, aumentando o risco de falhas.
Relatos de motoristas e custos envolvidos
Donos de veículos Chevrolet relataram situações de risco em decorrência dessa falha técnica. Um dos casos é o do médico Rodrigo P., cujo Onix Plus LT 2023 apresentou pedal de freio endurecido durante o uso por sua esposa. O diagnóstico revelou entupimento no canal de lubrificação da bomba de vácuo. O reparo custou R$ 1.120, mas o problema voltou a ocorrer, e o carro foi vendido.
Outro relato é do servidor público André Kaschel, de São Paulo, proprietário de um Tracker Turbo 2021 adquirido de segunda mão com histórico de manutenção em concessionária. A falha ocorreu pouco após a compra, com menos de 50 mil km rodados. O reparo, feito fora da garantia por se tratar de um carro PCD, teve custo de R$ 3.780,74. Segundo o proprietário, a GM não cobriu o reparo mesmo com todas as revisões em dia.
A montadora oferece garantia de 240 mil km para a correia sincronizadora em alguns modelos, mas esse benefício está condicionado à correta manutenção e aplicação exclusiva em Onix e Onix Plus a partir da linha 2019/2020. Tracker e Montana não estão incluídos na ação especial que prevê troca preventiva e restauração da garantia mediante inspeção técnica.
Manutenção preventiva e impacto do uso severo
A manutenção adequada do sistema passa pela escolha do óleo correto e pelo respeito aos intervalos definidos pelo fabricante. Para os motores CSS Prime, a recomendação da GM é de troca a cada 10 mil km ou 12 meses, mas veículos submetidos a uso severo — como trânsito urbano intenso ou estradas de terra — devem ter esse período reduzido.
No entanto, embora a condição de uso severo conste no manual do proprietário, não há uma orientação oficial de revisão com menor intervalo, o que gera dúvidas entre consumidores. Marcas concorrentes, como a Ford, já adotam essa prática com clareza, recomendando revisões mais frequentes em situações similares.
A verificação da presença de resíduos no óleo, ruídos no motor ou alterações na rigidez do pedal do freio são indicativos que podem ajudar na detecção precoce do problema. Em caso de contaminação detectada nas revisões, o reparo tende a ser mais barato e evita a falha completa da bomba de vácuo.
Resposta da fabricante e política de garantia
A General Motors afirmou que o sistema de freios dos modelos Chevrolet permanece eficiente e que não há falha estrutural. Segundo a empresa, o uso de lubrificantes fora das especificações pode danificar o veículo, reforçando a importância da manutenção conforme o manual.
Em 2024, a GM ampliou a garantia da correia sincronizadora para 240 mil km e, em 2025, lançou uma ação para renovação da garantia em veículos Onix e Onix Plus comprados usados. O serviço custa R$ 660, inclui troca de óleo e filtro, e, se necessário, substituição da correia por R$ 700. Após os serviços, a cobertura original da correia é restaurada.
Contudo, a ação não abrange Tracker e Montana, apesar de utilizarem o mesmo motor. A justificativa da GM é a ausência de volume significativo de reclamações nesses modelos. Isso tem gerado protestos de consumidores que enfrentaram falhas similares e arcaram com os custos, mesmo com revisões feitas na rede autorizada.
Fonte: AutoEsporte, Clickpetroleoegas e QuatroRodas.
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