Em Salvador, a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, localizada no Pelourinho, divulgou um comunicado firme e inédito: não realiza, nem realizará, batismos ou qualquer atendimento religioso a bonecas reborn. O texto da paróquia reforça que os sacramentos são exclusivos para pessoas reais, destacando o valor da vida humana na doutrina católica.
Pontos Principais:
- Igreja do Pelourinho emite nota vetando batismo de bonecas reborn.
- Comunicado reafirma que sacramentos são destinados apenas a pessoas reais.
- Uso simbólico das bonecas por pessoas em luto reacende debate sobre limites da fé.
- Outras lideranças religiosas e até políticos reagem com posicionamentos similares.
O comunicado foi publicado em 20 de maio de 2025 e destaca o entendimento da Igreja sobre a seriedade dos sacramentos. Embora não tenha havido pedido formal, a paróquia decidiu se antecipar diante da popularidade crescente dos bebês reborn, bonecas hiper-realistas tratadas como filhos por algumas pessoas em luto ou sofrimento emocional.

A nota pontua que “os sacramentos da Igreja são atos sagrados e devem ser tratados com o máximo respeito”, deixando claro que a fé católica está centrada na dignidade da vida humana. Isso representa não apenas uma orientação religiosa, mas também uma tentativa de evitar distorções do rito em função de práticas simbólicas.
Essa manifestação gerou repercussão nas redes sociais, com internautas debatendo os limites entre fé e afeto simbólico. Para muitas pessoas, os reborns funcionam como consolo após perdas perinatais, e alguns rituais não religiosos costumam ser feitos em casa, como forma de elaborar o luto. A decisão da igreja reacendeu essa discussão pública.
O posicionamento da igreja de Salvador é respaldado por outras vozes religiosas, como a do padre Chrystian Shankar, de Minas Gerais, que ironizou a situação e defendeu que casos assim devem ser conduzidos com apoio psicológico e não espiritual. Ele afirmou que os sacramentos não se aplicam a objetos, mesmo que representem conforto emocional.
O debate, porém, ultrapassou os muros da igreja. Câmaras municipais e assembleias legislativas em diferentes estados já discutem projetos de lei para proibir o uso de bonecas reborn em contextos como filas preferenciais ou atendimentos especiais em estabelecimentos públicos.
Esse tipo de legislação busca impedir que o uso simbólico das bonecas ultrapasse barreiras legais, enquanto ainda respeita o direito de indivíduos que utilizam os reborns por questões emocionais. Trata-se de uma linha tênue entre saúde mental, crença e normas sociais que ainda será amplamente debatida.
Fontes: Folha, Diário do Nordeste, Brasil247
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