O preço do Bitcoin ultrapassou a marca de US$ 109 mil nesta quarta-feira, 21 de maio de 2025, estabelecendo um novo recorde nominal. O movimento reflete um cenário em que múltiplos fatores econômicos e geopolíticos convergem para reforçar o papel da criptomoeda como alternativa às moedas fiduciárias tradicionais. Entre os principais vetores estão a crescente adoção institucional, novas regulações nos Estados Unidos e o aumento da incerteza fiscal no cenário americano.
Pontos Principais:
- Bitcoin atinge US$ 109 mil e marca novo recorde histórico.
- ETFs nos EUA recebem US$ 3,3 bilhões apenas em maio.
- Empresas como Méliuz, MetaPlanet e MicroStrategy acumulam BTC.
- Nova regulação americana sobre stablecoins impulsiona confiança.
- Mercado futuro e opções projetam rompimento de US$ 110 mil.
O salto na cotação acontece logo após os fundos de índice (ETFs) de Bitcoin nos Estados Unidos registrarem fluxo líquido recorde. Somente no início da semana, os aportes líquidos nesses veículos somaram US$ 667 milhões, elevando o total para US$ 3,3 bilhões no mês de maio. O Coinbase Bitcoin Premium Index, que mede o preço da moeda na corretora americana em relação a outras bolsas, permanece em território positivo, evidenciando o apetite do investidor estadunidense.
Esse movimento coincide com o avanço de legislações voltadas para o mercado cripto nos EUA, incluindo uma nova lei para stablecoins aprovada no Senado, e também com o aumento dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano. Analistas vêm associando esses elementos à queda de confiança no dólar, em um momento de déficits públicos elevados e endividamento em expansão por parte do governo dos EUA.
Mercado institucional e ETFs pressionam preço para cima

A principal explicação para o movimento de valorização do BTC passa pelo interesse institucional consolidado em torno dos ETFs à vista. Gestores vêm ampliando posições nesses fundos, que agora atuam como canais de entrada para investidores que buscam exposição sem a necessidade de armazenar o ativo digital diretamente.
Os números mais recentes mostram um influxo contínuo e crescente. Dados da SoSoValue indicam que os ETFs acumularam aportes superiores a US$ 3 bilhões apenas nas primeiras semanas de maio. Isso reforça a percepção de que o Bitcoin está sendo adotado em larga escala por fundos de pensão, gestores independentes e alocadores institucionais, que agora encaram o ativo como proteção diante de desequilíbrios macroeconômicos.
Segundo análises de mercado, os contratos futuros de Bitcoin atingiram volume em aberto de US$ 75 bilhões, o maior da história. O mercado de opções também reforça a tendência de alta, com forte concentração de apostas em níveis de preço acima de US$ 110 mil e US$ 120 mil. Isso cria um ambiente propício para variações acentuadas, à medida que os formadores de mercado ajustam suas exposições.
- ETFs acumulam US$ 3,3 bilhões em aportes no mês.
- Volume em aberto de futuros atinge US$ 75 bilhões.
- Prêmio positivo na Coinbase reforça otimismo dos EUA.
Regulação e cenário fiscal americano como gatilhos
O ambiente de regulação mais definido nos Estados Unidos é outro fator considerado chave para o atual rali. A aprovação de normas específicas para stablecoins e a sinalização de uma postura mais clara das autoridades monetárias criam expectativas positivas entre investidores.
Além disso, há crescente inquietação em relação à saúde fiscal dos EUA. A manutenção de déficits duplos — fiscal e comercial — somada ao aumento da dívida pública, coloca pressão sobre o dólar. Isso impulsiona a busca por ativos que não estejam sujeitos a políticas monetárias tradicionais ou sanções internacionais, como o Bitcoin.
A análise divulgada recentemente pela Coinbase afirma que a perda de confiança no dólar pode realocar fluxos globais de capital. A empresa projeta que a adoção do BTC como reserva de valor pode adicionar até US$ 1,2 trilhão ao seu valor de mercado, caso ocorra uma mudança estrutural no posicionamento de grandes economias e corporações.
Empresas e estratégia de acumulação
O cenário de valorização também é impulsionado pelo movimento de empresas que passaram a incluir Bitcoin em seus balanços. A japonesa MetaPlanet e a americana MicroStrategy lideram esse processo, com aquisições massivas do ativo financiadas por emissão de dívida e ações. No Japão, a ação da MetaPlanet se tornou uma das mais vendidas a descoberto em 2025.
No Brasil, o destaque é a Méliuz (CASH3), que anunciou recentemente a compra de US$ 28,4 milhões em Bitcoin. O papel chegou a acumular valorização superior a 170% após a decisão, embora tenha recuado nas últimas semanas em meio a resultados trimestrais com queda no lucro.
O comportamento dessas empresas aponta para uma estratégia de longo prazo focada em diversificação de caixa e exposição à classe de ativos digitais. A adesão ao Bitcoin como parte de tesouraria está associada à visão de que a criptomoeda oferece uma reserva de valor resistente à inflação e às flutuações cambiais.
- MetaPlanet e MicroStrategy lideram movimento corporativo.
- Méliuz adquire US$ 28,4 milhões em BTC no Brasil.
- Empresas financiam compras via emissão de dívida.
Expectativas e projeções para os próximos meses
O futuro do Bitcoin continua cercado de expectativas. Contratos de opções indicam forte chance de que a moeda ultrapasse US$ 110 mil ainda neste trimestre. O interesse especulativo segue elevado, com os investidores projetando novas máximas impulsionadas por fatores externos e internos do mercado cripto.
A valorização recente também coincide com queda do dólar frente a outras moedas, alimentando a tese de que o Bitcoin pode ganhar espaço em carteiras globais como ativo de reserva. O cenário internacional segue instável, com incertezas geopolíticas e econômicas que contribuem para o reposicionamento de portfólios.
O mercado observa com atenção os próximos passos de regulação nos Estados Unidos e os desdobramentos fiscais. A resposta do governo norte-americano, inclusive durante eventos como a cúpula do G7, pode ser determinante para definir o rumo dos preços no curto prazo.
Fonte: InfoMoney e Istoedinheiro.
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