O médico trouxe maiores detalhes sobre os riscos que podem surgir em uma gestação avançada e poucos imaginam.
A notícia da perda gestacional tardia sofrida por Tati Machado, já com 33 semanas de gravidez, levantou várias questões importantes sobre luto e saúde, assim gerando grandes discussões em diversas mídias.
Uma delas está relacionada com um aspecto que não é tão comentado na gravidez, a saúde cardiovascular da gestante, algo que impacta diretamente seu filho e que é necessário atenção.
Embora ainda não se saiba exatamente o que provocou a parada dos batimentos de seu bebê, o cardiologista Dr. Raphael Boesche Guimarães, em entrevista à CARAS Brasil, comentou mais sobre o assunto.
Ele fez um alerta de que que o sistema circulatório materno exerce um papel crucial no desenvolvimento fetal e pode, em situações de risco, contribuir para desfechos trágicos.
Segundo o médico, “a gestação representa um enorme desafio para o coração da mulher, pois exige um acréscimo significativo de volume sanguíneo e de trabalho do músculo cardíaco”, declarou.
Com isso, ele alertou que quando existem condições prévias, como hipertensão, problemas congênitos no coração ou insuficiência cardíaca, há grandes chances de complicações.
Diante disso, o médico também explicou que qualquer alteração no fluxo de sangue para a placenta pode reduzir a oferta de oxigênio ao bebê, o que pode levar à morte intrauterina, em casos extremos.
Ainda que o pré-natal seja o principal instrumento de vigilância durante a gravidez, o profissional da saúde reforça que exames de rotina nem sempre detectam alterações cardíacas, o que aumenta os riscos.
Por isso, a gestante deve monitorar sua pressão arterial, arritmias e sobrecarga ventricular esquerda. Lembrando que muitos dos problemas podem não apresentar sintomas, o que dificulta um diagnóstico rápido.
Por isso, ele defende que, sobretudo em grávidas com histórico de diabetes, trombofilias, doenças autoimunes ou hipertensão, o acompanhamento cardiológico deve ser integrado ao pré-natal.
Dr. Raphael conclui que, além do acolhimento emocional e do suporte psicológico após uma perda gestacional, a investigação médica deve considerar o coração materno como possível fator contribuinte.