A apresentação dos novos diretores do Corinthians, nesta sexta-feira (16), foi marcada não apenas por formalidades administrativas, mas por declarações que rapidamente dominaram o noticiário esportivo. Em meio à grave crise financeira e política no clube, o novo diretor administrativo, Ricardo Jorge, usou a coletiva para lançar críticas diretas à gestão anterior e ao atual cenário do Conselho.
Pontos Principais:
- Ricardo Jorge critica reprovação das contas do Corinthians.
- Diretor cita “mendigo do Guarujá” para ilustrar incoerência.
- Mesmo com superávit, Conselho não aprovou balanço de 2024.
- Passivo do clube ultrapassa R$ 800 milhões.
No centro da polêmica, a reprovação das contas referentes a 2024. Apesar de o clube ter conseguido regularizar salários, montar um elenco competitivo e anunciar superávit de R$ 12 milhões, o Conselho deliberativo decidiu não aprovar o balanço. Essa decisão, segundo Jorge, não encontra respaldo sequer nas ruas. Ele citou um morador de rua no Guarujá e um vendedor de sorvetes como vozes que identificam contradições na política interna do Timão.

A frase que mais repercutiu foi carregada de ironia: “Um mendigo me falou: ‘doutor, como pode aprovar a conta de 2023, que não pagava nem funcionário, e reprovar a de 2024, que paga tudo?’”. O uso de personagens populares para fundamentar críticas à reprovação de contas virou símbolo do novo embate entre a gestão de Augusto Melo e os conselheiros do clube.
A fala também ganhou força por revelar a estratégia da diretoria atual de buscar apoio popular para pressionar internamente as instâncias deliberativas do clube. O clima no Parque São Jorge é de divisão, com o Conselho de Administração e Fiscalização (Cori) ainda sem sinalizar aprovação formal para os números de 2024, mesmo diante da melhora operacional nas finanças.
Outro ponto sensível é o passivo, que ultrapassa a marca de R$ 800 milhões, conforme levantamento divulgado em abril. A cifra representa uma herança que pressiona a atual gestão e impõe limitações no curto prazo. Mesmo com melhora na arrecadação, a desconfiança institucional segue elevada.
A coletiva, que deveria ser uma formalidade de apresentação de nomes como Alexandre Germano (finanças) e Wanderson Salles (marketing), acabou servindo como palco para um novo capítulo da crise. A gestão Melo tenta emplacar a narrativa de reconstrução, mas enfrenta resistência dentro do próprio clube.
Em meio a esse cenário, o Corinthians também lida com investigações externas e pressões relacionadas a contratos passados e acordos suspeitos. A estabilidade, se vier, depende não só de resultados esportivos, mas de uma articulação interna que, até o momento, segue fragmentada e ruidosa.
Fonte: Corinthians, CNN e Meutimao.
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