O pequeno carro desenvolvido por Caio Strumiello, no litoral de São Paulo, tem despertado atenção pelas características incomuns e pela proposta de mobilidade alternativa que apresenta. Chamado de Nanico P50, o microcarro foi construído artesanalmente em apenas 20 dias na cidade de São Vicente. A iniciativa partiu de um projeto pessoal com base em reaproveitamento de materiais e uso criativo de soluções técnicas.
Pontos Principais:
- Nanico P50 foi criado em 20 dias por Caio Strumiello em São Vicente.
- O microcarro artesanal roda até 40 km por litro de gasolina.
- Modelo precisa de homologações técnicas para rodar legalmente.
- Produção é limitada a dois veículos por ano segundo a legislação.
- Caio estima que com R$ 4 milhões o carro pode ser vendido por R$ 10 mil.
Com dimensões que o colocam entre os menores veículos já vistos no Brasil, o Nanico P50 tem apenas 1,33 metro de comprimento, 78 centímetros de largura e 1,03 metro de altura. O veículo é inspirado no clássico britânico Peel P50, mas traz dimensões ainda menores que o original. A estrutura, leve e compacta, foi montada a partir de uma base de cadeira de rodas motorizada, combinada com um motor a gasolina de até 100 cilindradas.
O projeto é fruto de uma sequência de experimentos conduzidos por Strumiello, que já havia realizado outras conversões e criações automotivas anteriormente. Entre elas, estão um carro anfíbio e um Ford Ka convertido com visual esportivo. Neste caso, o foco foi desenvolver um modelo eficiente, prático e econômico para o uso urbano.
Construção e motorização

O Nanico P50 é movido a um motor a combustão com capacidade de até 100 cilindradas, atingindo velocidade máxima de aproximadamente 60 km/h. A proposta do veículo inclui viabilidade de deslocamentos urbanos curtos, com destaque para o consumo de combustível: cerca de 40 km por litro.
A construção manual do microcarro seguiu um cronograma rigoroso de desenvolvimento, finalizado em apenas 20 dias. A estrutura é feita com base em soluções já testadas por Strumiello, que utiliza peças reaproveitadas e adaptação de componentes automotivos e industriais para viabilizar o funcionamento do veículo.
Com tamanho reduzido e peso leve, o desempenho do Nanico P50 é voltado exclusivamente para percursos de baixa velocidade e uso urbano. O modelo não possui volante, sendo conduzido por um manche, solução inspirada na acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida.
Documentação e legalização
Para que o Nanico P50 possa circular legalmente nas vias brasileiras, o processo de homologação inclui várias etapas exigidas por órgãos de trânsito. Entre elas está a necessidade de um projeto técnico assinado por engenheiro habilitado no CREA, além da obtenção do Certificado de Segurança Veicular (CSV) e do Certificado de Adequação à Legislação de Trânsito (CAT).
Também é necessário apresentar notas fiscais de todas as peças utilizadas na montagem, bem como submeter o veículo a inspeções técnicas exigidas pelos órgãos reguladores. Após essas etapas, é preciso solicitar autorização ao Detran para que o modelo artesanal possa ser registrado e licenciado.
A legislação brasileira atual impõe uma limitação para a produção de veículos artesanais, permitindo a construção de apenas dois exemplares por ano por CPF. Isso limita a expansão da proposta, mesmo com a viabilidade técnica e econômica demonstrada pelo criador do Nanico.
Produção em série e viabilidade

Strumiello acredita no potencial comercial do Nanico P50. Segundo ele, com investimento estimado em R$ 4 milhões, seria possível estruturar uma linha de produção capaz de fabricar o modelo em maior escala. O objetivo seria ofertar o veículo a um preço médio de R$ 10 mil, valor considerado competitivo diante dos altos custos dos carros convencionais.
A proposta encontra barreiras não apenas técnicas, mas também legais. A legislação atual não favorece a produção artesanal em escala, exigindo mudanças regulatórias para que modelos como o Nanico possam ser comercializados em quantidade maior. Mesmo assim, a possibilidade de produção em série segue como uma meta do criador.
Com base em sua experiência com projetos automotivos e na demanda crescente por soluções alternativas de mobilidade urbana, Strumiello mantém o plano de expandir a ideia, desde que consiga apoio técnico, legal e financeiro para viabilizar a iniciativa em longo prazo.
Desafios e continuidade do projeto
Além das dificuldades legais, Caio Strumiello enfrentou desafios pessoais recentemente. Mesmo tendo passado por uma hospitalização, ele deu continuidade à montagem do carro e mantém o desenvolvimento de novas soluções. O comprometimento com seus projetos mostra um esforço constante em viabilizar alternativas criativas, ainda que em cenário adverso.
A trajetória do Nanico P50 representa uma combinação de resiliência técnica, conhecimento prático e capacidade de adaptação. Apesar de ainda estar longe da homologação em escala ou produção comercial, o projeto já cumpriu o papel de destacar novas possibilidades no setor automotivo artesanal brasileiro.
O futuro do microcarro depende de avanços em regulamentação e apoio externo. Caso essas condições sejam atendidas, o Nanico P50 poderá integrar um novo capítulo na história da mobilidade urbana no país, abrindo caminho para soluções mais enxutas e acessíveis em cidades com alto nível de congestionamento.
Fonte: Record e Newsmotor.
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