Médico é condenado a mais de 16 anos por morte da namorada em Patos de Minas


A morte da dentista Roberta Pacheco foi em 2019, quando ela era namorada de Daniel Tolentino; a equipe de defesa do oftalmologista vai recorrer da sentença. Médico é condenado por morte de namorada em Patos de Minas
O médico oftalmologista Daniel Tolentino foi condenado pela morte da dentista Roberta Pacheco, que faleceu em 2019, quando os dois namoravam. O réu foi sentenciado a 16 anos e sete meses de prisão, em regime fechado, pelos crimes de homicídio doloso, estupro de vulnerável e tráfico de drogas.
🔔 Receba no WhatsApp as notícias do Triângulo e região
O júri, realizado no Fórum de Patos de Minas nesta quinta-feira (15), durou 12 horas. Ernani Spagnuolo, advogado de defesa de Daniel Tolentino, informou que vai recorrer da condenação pelo crime de estupro.
“A defesa reconhece a soberania dos vereditos, entretento entende que condenar um homem por estupro de vulnerável, quando a relação é consentida, é desproporcional e completamente desvirtuada das provas e laudos técnicos juntados aos autos”, detalhou.
O promotor de Justiça Lucas Romão, que integrou a equipe de acusação, avaliou que a pena poderia ter sido mais severa.
“Uma circunstância que agravaria a pena não foi reconhecida pelos jurados, que seria o feminicídio, por se tratar de um crime cometido em razão do sexo feminino. Como essa circunstância não foi reconhecida, o homicídio foi considerado doloso simples, e a pena ficou num patamar reduzido”, explicou.
A dentista Roberta Pacheco morreu de parada cardíaca em 2019.
Reprodução/Facebook
Investigação da morte da dentista em 2019
Em 2019, Roberta tinha 22 anos e Daniel, 39. Os dois estavam namorando. No dia 4 de março, de acordo com a Polícia Civil, o casal foi para um hotel no Bairro Lagoa Grande, em Patos de Minas. Em depoimento, Daniel relatou que, após terem relações sexuais, a namorada teve uma convulsão seguida de uma parada cardíaca.
Roberta foi retirada do quarto e, no corredor do hotel, Daniel tentou reanimá-la. Em seguida, pediu ajuda ao porteiro, que acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A jovem foi levada ao Hospital Regional.
Na ocasião, o oftalmologista contou à polícia que Roberta teria consumido a bebida “xeque-mate”, feita com vodca e chá mate. Daniel também afirmou que não sabia se a namorada usava algum tipo de medicamento e negou ter tentado dopá-la com qualquer substância.
Roberta permaneceu internada em coma induzido por mais de duas semanas. No dia 17 de março, ela morreu no hospital e foi sepultada no dia seguinte em Três Marias, cidade onde nasceu.
LEIA TAMBÉM:
STF mantém anulação de júri popular que inocentou Jorge Marra e novo julgamento será realizado
Júri popular de motorista acusado de atropelar e matar jovem em Araguari é adiado mais uma vez
Após dois anos do assassinato de dono de supermercado, ex-mulher é julgada pelo crime em Uberlândia
Daniel Tolentino foi preso temporariamente no dia 18 de março, apontado como principal suspeito do crime. Segundo a Polícia Civil, foram apreendidos medicamentos de origem duvidosa. Dois dias depois, o médico foi solto por meio de um alvará de soltura expedido pela Justiça, mas voltou a ser preso posteriormente.
O médico foi indiciado pela Polícia Civil e denunciado pelo Ministério Público pelos crimes de homicídio qualificado — com agravantes de feminicídio, motivo fútil e torpe — além de tráfico de drogas e estupro.
Daniel Tolentino foi condenado a mais de 16 anos de prisão pela morte da namorada em Patos de Minas
TV Integração/Reprodução
📲 Siga o g1 Triângulo no Instagram, Facebook e X
VÍDEOS: veja tudo sobre o Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas
Adicionar aos favoritos o Link permanente.