
Medicamento age na molécula responsável pela síntese de proteínas no corpo e está na quarta fase do estudo. Podem participar crianças e adolescentes de 2 a 13 anos que ainda não usam medicamentos que tratam os sintomas do TEA. Pesquisadores que estudam medicação para TEA buscam crianças e adolescentes voluntários
Pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), há 10 anos, desenvolvem um estudo que descobriu substância que pode inibir alguns sintomas do Transtorno do Espectro Autista (TEA). A pesquisa está na quarta fase e, agora, busca voluntários com idades entre 2 e 13 anos que ainda não façam uso de medicamentos que tratam os sintomas do transtorno.
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Segundo o coordenador da pesquisa, Durval Palhares, encontrar os voluntários é um processo desafiador, mas que vai permitir a continuidade dos estudos.
“”Nós queremos crianças que não estão tomando medicações prescritas por médicos. Por que? Porque isso pode confundir com os nossos resultados. Porque muitas vezes pode sedar o paciente, e nós queremos ele do jeito dele mesmo. [A criança] pode continuar com ABA, TO, essas coisas, não tem problema. E nós vamos corrigir a microbiota intestinal, talvez prescrever algumas coisas a parte que ele deve ter a sua deficiência pra poder tomar a medicação”, explica Durval.
Cerca de 90 voluntários já participaram do estudo, conforme o pesquisador. Um deles é o filho do consultor Valdir Ferreira Lima Júnior, que toma o medicamento há mais de dois anos. O pai disse que o menino recebeu diagnóstico de TEA quando tinha 1 ano e 6 meses de idade e, após tomar a medicação, teve avanços importantes no desenvolvimento do filho.
“Descobrimos que ele tinha autismo de nível, dois pra três. Ele tinha problemas de agressividade e principalmente com ele também. ele não dormia bem, não se alimentava direito também e ele não respondia quando a gente chamava, quando a gente falava com ele. Depois da medicação, aliada sempre aos tratamentos, as terapias, hoje ele é uma criança muito carinhosa, ele não tem nenhum tipo de agressividade, ele já pode se dizer que ele é um autista nível dois, relata Valdir.
Continuidade da pesquisa
Para que o medicamento esteja disponível é necessário que a pesquisa continue e seja concluída, conforme destaca Durval. Contudo, o coordenador reforça que o estudo precisa de recursos.
“Às vezes a gente tem que comprar substância, reagentes e isso não é barato. A gente tendo recurso, vai direto, nós vamos lá e compramos. Nós não mexemos com dinheiro, o recurso vai pro no nosso instituto, o IAPES [Instituto de Pesquisa, Assistência e Saúde]”, comenta o coordenador da pesquisa.
Estudo é desenvolvido pela UFMS e UFMG.
Reprodução/TV Morena
Para quem acompanha os benefícios do medicamento, a torcida é para que os investimentos cheguem logo e que outras pessoas tenham acesso.
“A gente acredita que, com essa medicação e todas as terapias que ele faz, ele pode chegar a ser um autista nível 1, se estabilizar nisso e ter uma vida funcional tranquila. Eu falo sempre com a minha esposa que a gente nunca fui de jogar, mas hoje a gente joga sempre na mega-sena, na loteria, porque eu falo ‘o dia que a gente ganhar, nós vamos patrocinar essa terapia deles, pra que todas crianças que precisem possam ter também”, finaliza Valdir.
Como participar do estudo?
Famílias que se interessem por voluntariar crianças e adolescentes com TEA devem enviar os seguintes dados para o e-mail [email protected]:
Nome completo da criança
Data de Nascimento
Peso
Telefone
Informar se toma ou não medicamento para TEA
Podem participar crianças com idades entre 2 e 13 anos.
O IAPES também busca recursos para seguir com o estudo. Informações podem ser obtidas no site do instituto (clique aqui).
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