‘Milagre’: Criança de seis anos sobrevive após ser picada por jararaca e ficar 11 dias internado

Asafe Pereira foi picado por uma jararaca na região do Parque Agrotecnológico, segundo a mãe — Foto: Arquivo Pessoal

O menino Asafe Pereira de Sousa, de apenas 6 anos foi picado por uma jararaca, umas das espécies de cobra mais venenosa, e passou 11 dias internado em estado grave. O que era para ser apenas uma visita à zona rural se transformou em agonia para a criança, porém, apesar do susto, ele se recuperou sem sequelas. Para a mãe, a estudante de enfermagem Amanda Pereira Santos, isso “foi um milagre”.

O acidente aconteceu no fim da tarde do dia 30 de abril deste ano, próximo ao Parque Agrotecnológico Engenheiro Agrônomo Mauro Mendanha, em Palmas. O menino estava com o pai quando foi picado pela cobra na perna. Imediatamente, foi socorrido e levado para a ala infantil do Hospital Geral de Palmas (HGP).

“Asafe teve duas reações alérgicas graves, conhecidas como anafilaxia, que podem evoluir para choque anafilático e, em muitos casos, são fatais. Ele ficou 11 dias internado, sendo três deles na sala vermelha, em estado crítico. Os médicos afirmaram que ele é um milagre, e que sobreviveu a uma condição gravíssima”, contou Amanda.

No hospital, Asafe teve que enfrentar desafios no período de internação. A mãe contou que a primeira tentativa de aplicar o soro antiofídico não deu certo, pois houve reação alérgica. Passadas 24 horas, a equipe da unidade tentou novamente e, dessa vez, conseguiram administrar a quantidade de soro necessária para o tratamento, que, na condição que o menino estava, foram oito ampolas.

Os primeiros exames laboratoriais realizados para avaliar a coagulação do sangue do menino ficaram alterados, apontando risco de hemorragia e outras complicações.

“No primeiro exame, o plasma, o controle normal é de [referência] 26 e estava 50. Altíssimo risco de hemorragia e paralisação dos rins. O segundo exame ainda estava alto e com veneno ativo. O terceiro exame deu valor padrão 26”, explicou Amanda.

Com a estabilização, Asafe, que ainda estava na sala vermelha, passou para a enfermaria para seguir o tratamento com antibióticos.

A alta médica veio no sábado (10), para alívio da família, que é muito religiosa. Ele vai continuar a tomar os medicamentos até o fim da semana. “Acredito que esse testemunho pode inspirar e fortalecer muitas pessoas. Quero que essa história alcance o Brasil, não apenas pelo sofrimento que vivemos, mas principalmente para glorificar o nome do Senhor, que operou um milagre visível e incontestável na vida do meu filho”, relatou a mãe, aliviada.

Mesmo a família não sendo moradora da zona rural, Amanda afirmou que seguirá as orientações dos médicos que atenderam o menino para evitar novos acidentes.

“Orientou evitar levá-lo para lugares com mata, além de redobrar os cuidados com a limpeza do quintal. Mesmo dentro de casa, recomendou que ele esteja sempre usando calça comprida e bota, pois, após ter apresentado uma reação alérgica, não é seguro expô-lo a riscos”, disse a mãe, contando ainda que dois dias depois do filho ter alta, chegou a ver uma outra serpente na casa onde mora.

Asafe e a mãe Amanda Pereira Santos — Foto: Arquivo Pessoal

Sintomas da picada

Segundo levantamento da Secretaria de Estado da Saúde referente a 2024, picadas de cobra jararaca causaram duas mortes no ano passado. Os acidentes aconteceram nas cidades de Centenário e Dianópolis.

Nos casos de acidentes com animais peçonhentos, a SES orienta que a vítima receba imediatamente atendimento médico em um período inferior a uma hora para evitar que o veneno se espalhe pelo corpo e a pessoa receba soro antiveneno.

Com relação à picada da jararaca, o Ministério da Saúde informa que a região atingida pode ter dor, inchaço e manchas arroxeadas. Tanto o local da picada como gengivas, pele e urina podem apresentar sangramento. O veneno também pode causar hemorragias e insuficiência renal, assim como apontou o risco da condição nos exames de Asafe nos primeiros dias após a picada.

Fonte: g1 Tocantins

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