
A permanência de Rio Negro da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) foi debatida na oficina técnica do Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI), realizada em Campo do Tenente.
O encontro aconteceu nesta quarta-feira (14), na Casa Cultural Dom Polski (Braspol) reunindo autoridades regionais para discutir o recorte territorial da RMC, com foco nos municípios de Rio Negro, Campo do Tenente e Quitandinha.
Representando Rio Negro, participaram os vereadores Isabel Cristina Grossl (Republicanos) e Geovane de Lima (Podemos), além de secretários de Agricultura e Meio Ambiente, Djenifer Andreatta; Indústria e Comércio, Augusto César Basso; Assistência Social, André Klemann Koch e o procurador do município, Leandro Lukasisnki.
A oficina integra o processo de construção do PDUI-RMC, promovido pelo Governo do Estado, através da Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (AMEP), com apoio técnico do consórcio PDUI-RMC Sustentável.
A participação técnica reforçou a importância do evento na análise de oportunidades e riscos institucionais envolvidos na permanência na RMC.
O PDUI é um plano legal e obrigatório que define diretrizes regionais para áreas como uso do solo, mobilidade, habitação, meio ambiente e desenvolvimento econômico. Embora proponha o planejamento integrado entre os municípios da região, o pertencimento à RMC também pode representar restrições administrativas, aumento da burocracia e adesão a programas que nem sempre refletem as realidades locais.

Durante a oficina, os participantes analisaram fichas com diagnósticos que apresentavam as vantagens e desvantagens da vinculação à RMC. O conteúdo reunido será utilizado como base técnica para a formulação da proposta final de reconfiguração territorial da região.
Os vereadores de Rio Negro reforçaram a necessidade de transparência e diálogo sobre o tema. “Nossa participação aqui é para ouvir, questionar e garantir que Rio Negro não seja prejudicada por decisões tomadas de forma unilateral. Precisamos de clareza sobre o que significa estar na RMC, o que ganhamos e o que podemos perder com isso”, afirmou o vereador Geovane.
“Não se trata de ser contra ou a favor, mas de respeitar as particularidades de Rio Negro. O município tem história, identidade própria e precisa ser tratado como tal. Se não houver benefícios reais, não faz sentido continuar”, disse a vereadora Isabel.
“A Câmara reafirma seu papel de fiscalização e representação da vontade popular. A presença dos vereadores no encontro foi um passo importante para acompanhar o debate de perto e garantir que a decisão sobre a permanência de Rio Negro na RMC não seja tomada de forma apressada ou sem embasamento. A Casa Legislativa continuará acompanhando o tema, ouvindo a população e buscando garantir que qualquer decisão seja pautada pela defesa dos interesses locais, da autonomia municipal e do bem-estar dos rionegrenses”, destacaram os parlamentares.
Entre os pontos debatidos estavam a submissão a decisões regionais tomadas pelo Conselho Deliberativo Metropolitano, a interferência no planejamento urbano local e a dificuldade de adequação de municípios menores a políticas voltadas aos grandes centros.
A delegação rionegrense também levantou o fato de que, por sua localização geográfica, realidade econômica e vínculos históricos com o norte catarinense, Rio Negro muitas vezes não se enquadra nas mesmas dinâmicas dos demais municípios da RMC, o que reforça a necessidade de uma análise aprofundada sobre os reais impactos da permanência na região metropolitana.