“Vergonha, teatro e tietagem”: Ayres critica CPI das Bets e propõe ações contra jogos online

O deputado federal tocantinense Ricardo Ayres (Republicanos) fez duras críticas à CPI das Bets, após o depoimento da influenciadora digital Virgínia Fonseca, que aconteceu nesta semana no Senado Federal. Em nota e também em manifestação pública, Ayres classificou a audiência como um “teatro” e condenou o que chamou de “tietagem vergonhosa” durante a oitiva da investigada.

“Ontem eu fiquei muito estarrecido e confesso com vergonha do Senado Federal e o teatro que se tornou infelizmente a CPI das Bets. Me refiro ao depoimento da Virgínia, tratada ali como uma celebridade. Essa tietagem diminui ainda mais o nosso Brasil e a política nacional, que precisa ser aprimorada”, afirmou Ayres.

O parlamentar também demonstrou indignação com a postura da influenciadora, que alegou desconhecer os impactos sociais da promoção de jogos online. Virgínia é investigada por supostamente promover plataformas de apostas, prática que, segundo Ayres, contribui para um problema social grave.

“Fiquei admirado e estarrecido com a falta de empatia dessa influenciadora, que tem mais de 50 milhões de seguidores e diz não saber das consequências da jogatina online. É muita falta de sensibilidade imaginar que ela desconheça a tragédia social causada por esse vício, que já destruiu milhares de famílias e levou pessoas ao suicídio”, lamentou.

Ayres se posicionou fortemente contra o uso de influenciadores para divulgar jogos de aposta e disse que continuará atuando para regulamentar esse tipo de conteúdo na internet:

“Vou seguir firme no meu propósito de combater os jogos online e proibir que influenciadores usem suas redes para patrocinar esse vício. Crianças e adolescentes estão sendo expostos sem controle algum. Estamos perdendo essa batalha para o vício e para o lobby de grupos empresariais que tomaram de assalto o bolso do povo brasileiro, principalmente dos mais pobres.”

Contra “CPIs midiáticas”

Em nota enviada à Gazeta do Cerrado, Ayres também explicou por que decidiu não assinar os pedidos de abertura da CPI do INSS e da CPMI sobre o mesmo tema. Segundo o deputado, muitas comissões parlamentares têm sido usadas apenas para gerar repercussão nas redes sociais, sem trazer soluções práticas para os problemas.

“Embora sejam instrumentos legítimos, muitas vezes as CPIs se transformam em espetáculos midiáticos. Um exemplo claro foi o que ocorreu na CPI das Bets com a presença da influenciadora Virgínia. O foco se desviou completamente da investigação e virou um show.”

Ayres afirmou ainda que problemas como os descontos indevidos nos benefícios previdenciários são antigos e exigem uma resposta técnica, não apenas política.

“O problema começou ainda em 2019 e passou por três governos. Por isso, apresentei uma representação ao Ministério Público Federal pedindo investigação profunda e devolução dos valores descontados de aposentados e pensionistas.”

Proposta contra descontos automáticos

Como resposta concreta, Ayres estuda apresentar um projeto de lei para proibir o desconto automático de contribuições a associações e sindicatos diretamente no contracheque dos beneficiários da Previdência. A ideia é que qualquer contribuição seja feita de forma voluntária e transparente, via boleto bancário, cartão de crédito ou PIX.

“Sigo comprometido com soluções reais para proteger os aposentados e garantir uma gestão pública mais justa e responsável”, concluiu.

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