Mujica liderou agenda progressista e fez do Uruguai pioneiro na legalização da maconha, aborto e casamento LGBT na América Latina

O ex-presidente uruguaio José “Pepe” Mujica, que morreu aos 89 anos nesta terça-feira (13), marcou seu governo com uma agenda progressista inédita na América Latina. Durante seu mandato, entre 2010 e 2015, o Uruguai se tornou o primeiro país sul-americano a legalizar o aborto e a regulamentar o mercado da maconha, além de ser o segundo do continente a aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Em outubro de 2012, o país descriminalizou o aborto até a 12ª semana de gestação, com a aprovação de uma lei que garantiu o acesso ao procedimento em hospitais públicos. A medida colocou o Uruguai à frente de vizinhos da região em um tema ainda tabu em boa parte do continente.
Poucos meses depois, em abril de 2013, o Parlamento uruguaio aprovou o casamento entre pessoas do mesmo sexo, tornando o país o segundo da América Latina a adotar a medida — atrás apenas da Argentina, que havia aprovado a união homoafetiva em 2010.
Em 2014, já no fim do governo Mujica, o Uruguai também se tornou o primeiro país do mundo a legalizar e regulamentar todas as etapas do mercado da maconha, do cultivo à venda em farmácias, por meio de um decreto presidencial. A medida foi vista internacionalmente como uma experiência pioneira no combate ao narcotráfico.
As três ações posicionaram o Uruguai como uma referência internacional em políticas sociais progressistas e consolidaram a imagem de Mujica como um dos líderes mais inovadores da região.
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