A campanha Maio Laranja, voltada à conscientização sobre o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes, ganhou destaque neste mês ao evidenciar os perigos crescentes no ambiente virtual. A internet, ainda que amplie o acesso à informação e à interação social, também se tornou um território arriscado para os mais vulneráveis.
Pontos Principais:
- Abusadores usam emojis com significados ocultos para aliciar crianças online.
- Maio Laranja alerta sobre como o assédio virtual se inicia com aproximações sutis.
- Delegada relata casos extremos envolvendo chantagem e automutilação em lives privadas.
- Especialistas reforçam importância da escuta e diálogo com crianças e autistas.
- Projeto de lei propõe criminalização do estupro virtual de vulneráveis.
Entre os principais alertas, especialistas apontam para o uso de emojis como uma forma de disfarçar conversas de cunho sexual. Ícones aparentemente inofensivos como a uva, a berinjela, o pêssego e até a imagem de um gato são utilizados com sentidos alternativos por criminosos. Essa linguagem cifrada permite que abordagens de aliciamento ocorram sem despertar a atenção de responsáveis ou algoritmos de segurança.

Segundo a delegada Lisandrea Zonzini Colabuono, de São Paulo, os abusadores iniciam as conversas de forma amistosa, ganhando a confiança da vítima. Posteriormente, passam a chantagear e exigir conteúdos íntimos, transformando a interação em um ciclo de violência psicológica e sexual. Algumas situações chegam a extremos de automutilação em ambientes como lives fechadas em plataformas como o Discord.
Para a especialista Kennya Gralha, autora de um livro sobre proteção infantil, a prevenção começa em casa. O vínculo de confiança com os adultos é essencial, e qualquer manifestação de dúvida ou julgamento por parte de quem escuta pode fazer a criança se fechar completamente. Com crianças autistas, os cuidados precisam ser ainda mais específicos, com uso de elementos visuais e linguagem acessível.
Nesse contexto, tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que propõe incluir no Código Penal o crime de estupro virtual de vulnerável. A proposta define que, mesmo sem contato físico, a realização de atos libidinosos por meios virtuais pode configurar crime, o que representa um avanço na legislação frente às novas formas de abuso.
A campanha reforça que o combate à violência sexual não pode se limitar ao mundo físico. O mundo digital exige novas ferramentas de proteção, escuta ativa, educação e legislação atualizada. O desafio é constante e passa por todos os setores da sociedade.
Fonte: Agenciabrasil.
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