
Em entrevista concedida à Gazeta do Cerrado, a senadora Professora Dorinha (União Brasil) abriu o jogo sobre os rumos da nova federação entre União Brasil e Progressistas (PP), o clima dentro do grupo palaciano liderado pelo governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) e o que esperar de sua atuação como pré-candidata ao governo do Tocantins em 2026. De forma clara, Dorinha fez questão de destacar: “Esperem uma pré-candidata que continuará trabalhando como senadora”.
Atuando no terceiro ano de seu mandato no Senado Federal, a senadora reforça que sua agenda não será interrompida pela movimentação política. “Não é uma coisa de agora. Sempre tive atuação constante, com três mandatos como deputada e agora como senadora, levando recursos, dialogando com prefeitos e municípios, cumprindo minha função institucional. A campanha não pode ser desculpa para abandonar o trabalho.”
Federação: construção conjunta com diálogo e organização
A senadora comentou que, embora estivesse em viagem no momento da formalização da federação União-PP, participou ativamente das tratativas e vê na união das legendas uma oportunidade de organização e fortalecimento político tanto em nível nacional quanto estadual. “Tanto nacionalmente quanto aqui no estado, a ideia é ampliar o diálogo com os deputados Vicentinho, Lázaro Botelho, Gaguim, Jair Farias, Wanda Monteiro, prefeitos, vereadores. Queremos que esse debate político ganhe profundidade e planejamento”, afirmou.
Ela esclareceu que a federação não extingue os partidos, mas cria uma frente política com estratégia conjunta: “Os dois partidos continuam existindo. Mas, ao construir a federação, ela passa a ser uma estrutura suprapartidária de apoio, o que permite, por exemplo, que tenhamos a maior bancada da Câmara Federal”.
Dorinha também destacou que as candidaturas majoritárias e proporcionais terão que ser debatidas internamente. “Vamos ter que organizar uma chapa com apenas 9 candidatos a federal, por exemplo. Isso exige critério, respeito e planejamento para evitar que lideranças sejam preteridas após se dedicarem ao projeto. O que estou defendendo é clareza e organização.”
Clima no grupo palaciano e respeito à base
Sobre o clima político dentro do grupo que apoia o governador Wanderlei Barbosa, a senadora foi objetiva: “O diálogo continua. Somos base, temos uma construção conjunta. Na eleição municipal, eu estive com candidatos que não eram do União, que eram do Republicanos, do MDB, e continuo ajudando suas gestões. Isso é respeito ao povo e compromisso com os municípios”.
Dorinha também rebateu as especulações sobre possíveis rupturas políticas e ressaltou que o ambiente democrático comporta debates internos, sem que isso signifique rompimento. “É da natureza dos partidos ter debate. O que não pode é transformar isso em guerra. Não existe esse negócio de ‘nós contra eles’. O fato de um nome ser cogitado não torna o outro inimigo.”
Segundo ela, há uma tentativa equivocada de antecipar embates que ainda não existem com relação á disputa majoritária e Senado : “Tem pré-candidato legítimo, como o senador Eduardo Gomes, o deputado Gaguim, o deputado Eli Borges, o deputado Alexandre Guimarães. Todos têm história e trabalho. Isso não me torna adversária deles. É um processo natural”.
Mulheres na política: bandeira que antecede a eleição
Outro tema central da entrevista foi o incentivo à participação feminina nas eleições de 2026. Dorinha afirmou que pretende percorrer os municípios do Tocantins para estimular candidaturas de mulheres, em parceria com lideranças de diversos partidos.
“Não adianta chegar na eleição e reclamar que não tem mulher candidata. Se a gente quer mudança, tem que começar agora, com formação, empoderamento e visibilidade. Muitas lideranças femininas não se enxergam como candidatas, e nosso papel é ajudá-las a perceber que são capazes”, reforçou.
Ela disse que esse trabalho será feito junto à ex-deputada Nilmar Ruiz, prefeitas e vereadores, em um movimento suprapartidário. “Vamos andar o Estado todo e fazer esse chamamento. A democracia só se fortalece com mais representatividade.”
Senadora em exercício e pré-candidata em movimento
Encerrando a conversa, Dorinha foi enfática ao dizer que seguirá atuando como senadora, mesmo com sua pré-candidatura colocada. “Eu sou pré-candidata, sim. Coloco meu nome no debate com humildade, mas com disposição. O meu projeto não é pessoal, é coletivo. É com diálogo, responsabilidade e transparência.”
Ela destacou ainda que o foco é construir uma proposta de governo que tenha escuta social e participação popular. “O povo precisa ser ouvido. Quais são as maiores demandas? O que ainda falta? Tivemos avanços, mas há muito a ser feito. A minha postura, como sempre, é trabalhar.”
Por fim, reforçou o compromisso com todos os municípios, independente de apoio político. “Já fui apoiada por prefeitos que depois mudaram de partido ou não caminharam comigo, mas isso nunca foi motivo para eu deixar de ajudar. A cidade que me dá voto e confiança terá sempre meu apoio.”