O Fiat Fastback Abarth, versão de apelo esportivo do SUV cupê da marca italiana, ganhou nova visibilidade no mercado com a estreia do Volkswagen Nivus GTS. A movimentação reacendeu o debate sobre o custo-benefício do modelo da Fiat, que concorre em um nicho de SUVs compactos com pegada esportiva e motor turbo. Em meio a essa disputa, Autoesporte levou os dois modelos à pista e destrinchou os prós e contras do representante da marca do escorpião.
Pontos Principais:
- Fiat Fastback Abarth supera o Nivus GTS em aceleração e potência.
- Modelo tem suspensão firme, mas usável no cotidiano urbano.
- Faltam itens de segurança como ACC e airbags laterais.
- Acabamento apresenta rebarbas e ruído interno elevado.
Na versão 2025, o Fastback Abarth chega ao consumidor por R$ 171.990, valor abaixo do Nivus GTS, que custa R$ 175 mil. A unidade avaliada tinha pintura vermelha Montecarlo, disponível por acréscimo de R$ 990. A base mecânica utiliza o motor 1.3 Turbo 270 flex, com potência de até 185 cv, enquanto o modelo da Volkswagen traz o 1.4 250 TSI, com 150 cv. A diferença se refletiu em números expressivos no desempenho e nos dados de pista.

O foco da avaliação vai além da ficha técnica. A proposta é analisar o comportamento dinâmico, os equipamentos, a ergonomia, a usabilidade no cotidiano e o nível de acabamento oferecido pelo Fastback Abarth. Embora tenha desempenho mais animado e proposta diferenciada, o modelo apresenta pontos de atenção que também devem ser considerados.
Desempenho e condução

A vantagem em aceleração é notável. Nos testes, o Fastback Abarth completou a prova de 0 a 100 km/h em 8,2 segundos, superando o Nivus GTS, que registrou 9,6 segundos. A motorização 1.3 GSE turbo flex com injeção direta e comando variável entrega até 27,5 kgfm de torque com etanol, resultado que contribui para respostas mais rápidas e retomadas eficientes.
Esse desempenho é complementado por elementos como o modo Poison, que altera o comportamento do veículo, intensificando as reações do motor, acelerador e direção. A suspensão é mais firme do que nas versões convencionais do Fastback, o que impacta positivamente no controle da carroceria em curvas, sem comprometer tanto o uso urbano.
Apesar disso, características da plataforma MLA da Stellantis continuam presentes. A posição dos pedais desalinhada em relação ao banco pode incomodar em trajetos longos. O uso de freios a tambor na traseira também se mostrou limitante em frenagens sucessivas, com tendência ao fading durante condução esportiva.
Equipamentos e tecnologia

O interior traz elementos funcionais voltados à conectividade e conforto. A central multimídia com tela de 10,1 polegadas concentra funções essenciais e o carregador por indução com ventilação ajuda a manter o dispositivo em temperatura ideal. O freio de estacionamento eletrônico e o console elevado reforçam a proposta de modernização da cabine.

Para ampliar o leque de opções, a linha 2026 deve incorporar como opcional o teto solar, item que o concorrente da Volkswagen não oferece. Também estão disponíveis faróis de neblina com função cornering, recurso que foi retirado na última atualização do Nivus. O Fastback Abarth ainda preserva ângulos de entrada e saída adequados, além de 18,7 cm de vão livre do solo.
Mesmo com esses itens, o pacote de segurança deixa lacunas. O modelo oferece apenas quatro airbags e não inclui sistemas como o controle de cruzeiro adaptativo ou assistente de permanência em faixa. O pacote Adas contempla frenagem autônoma, alerta de saída de faixa sem correção e farol alto automático.
Uso diário e espaço interno

O conjunto mecânico e o ajuste de suspensão permitem que o Fastback Abarth seja utilizado no cotidiano com relativa tranquilidade. A altura livre do solo e os ângulos de ataque e saída facilitam a transposição de lombadas e valetas. Ainda que a suspensão seja mais rígida, o nível de conforto se mantém aceitável para a maioria dos trajetos urbanos.
No porta-malas, o modelo se destaca com 516 litros de capacidade, número superior à média do segmento. O compartimento conta com tampa dobrável leve e fácil de manusear, ainda que o design da carroceria demande a presença de um degrau no assoalho, influenciado pelo eixo traseiro e pela linha de cintura elevada.
A ergonomia da cabine, no entanto, poderia ser melhor trabalhada. O banco do motorista e o volante permitem ajustes limitados, o que pode dificultar a adaptação de condutores com estaturas fora da média. Ainda assim, a visibilidade é adequada e a posição elevada do painel favorece a leitura dos instrumentos.
Acabamento e construção

No acabamento, o Fastback Abarth segue o padrão adotado nas versões convencionais do modelo, com predominância de plásticos rígidos e visual escurecido. A proposta esportiva é reforçada por apliques que simulam fibra de carbono e costuras contrastantes, mas algumas falhas de montagem foram observadas.
A tampa do porta-luvas desalinhada em relação ao painel chama atenção negativamente. Pequenas rebarbas e encaixes imprecisos evidenciam pontos que ainda não foram totalmente refinados na produção do modelo. Esses aspectos podem comprometer a percepção de qualidade do produto, especialmente considerando seu valor de mercado.
Outro fator que pode influenciar a decisão de compra é o isolamento acústico. Com o ronco do motor sendo potencializado pelas duas saídas de escape, o ruído interno é constante e perceptível, mesmo em velocidade de cruzeiro. Para quem busca silêncio na cabine, essa característica pode se tornar um incômodo.
Alternativas e contexto de mercado
A chegada do Nivus GTS reacendeu o interesse por SUVs compactos com apelo esportivo, e a Fiat respondeu reforçando a posição do Fastback Abarth. Ainda assim, existe uma alternativa direta dentro da própria linha da marca: o Fastback Limited Edition by Abarth, que custa R$ 168.990. Embora tenha potência reduzida para 176 cv, a versão entrega conforto superior e mantém boa parte dos equipamentos.
Com isso, o comprador se depara com um dilema: investir um pouco mais na versão Abarth com acerto esportivo ou optar pela versão mais equilibrada voltada ao uso cotidiano. O valor de revenda, os custos de manutenção e a aceitação no mercado também são fatores que pesam na escolha.
Independentemente da decisão, é evidente que o Fastback Abarth cumpre a proposta de entregar desempenho acima da média, mesmo sem alcançar o refinamento de modelos de categorias superiores. Seu posicionamento atual exige que o consumidor avalie prioridades e perfil de uso antes de fechar negócio.
Fonte: Mobiauto, AutoEsporte e Virgola.
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